domingo, 30 de outubro de 2011

Predestinação e livre arbítrio, para iniciantes na teologia



Um vídeo inspirado  do Rev. Augustus Nicodemos durante um momento de perguntas e respostas em uma de suas palestras. Trecho do vídeo 7 disponibilizado pelo site Escola Teológica Charles Spurgeon




Fonte: Genizah

sábado, 29 de outubro de 2011

Verdades sobre a reforma que precisamos resgatar

 
 
Estamos na Semana da Reforma. 31 de outubro de 1517, Wittenberg, Alemanha. Um novo tempo começava, das ânsias guardadas no cerne de corações inflamados, surge uma nova forma, Reforma. Como um abençoado eco de Wycliffe (1328-1384), cujos ossos foram queimados trinta anos depois de sua morte, e de John Huss (1373-1415), o “ganso” que profetizou sobre o “cisne”, um tempo de redescobertas começava.

Na porta da igreja do castelo de Wittenberg, 95 teses começavam a desmontar uma história de opressão teológica. A vida de Lutero era marcada por um demolidor peso de culpa e senso absurdo do pecado, até o dia em que ele se depara com Rm.1.17, onde sua mente é aberta para a verdade transformadora da justificação por graça e fé. No século XIX, a frase mais conhecida da Reforma seria popularizada: “Ecclesia reformata et semper reformanda est” (“A igreja reformada está sempre se reformando”).

Quais são as principais verdades sobre a Reforma que ainda precisamos resgatar?

I – O resgate da justificação do pecador por graça e fé

Questão central do Evangelho: Como podemos, míseros pecadores, ser alvos da graça de Deus? John Stott dizia que “ninguém entende o cristianismo, se não entende a palavra ‘justificado’". A justificação por graça e fé começa onde há libertação dos esquemas de merecimento: indulgências, peregrinações, penitências, ativismo eclesiástico.

Reafirmar esse princípio nos leva a desmascarar teologias que priorizam o ter em detrimento do ser. É o efeito Lutero destruindo a tirania do merecimento.

II – O resgate da autoridade normativa das Escrituras

A redescoberta do evangelho tem passagem obrigatória pela oração e estudo da Palavra. Na época de Lutero, a hermenêutica estava presa aos esquemas próprios e tendenciosos de interpretação da igreja. A reforma afirma que as Escrituras têm autoridade suprema sobre qualquer ponto de vista humano. Não somos chamados a pregar uma teologia, mas o evangelho!

Lutero dizia que “no momento em que lemos a Bíblia é quando o Diabo mais se apresenta, pois tenta nosso coração a interpretar as verdades lidas segundo nossa própria vontade, e não segundo a vontade soberana de Deus”.
É preciso redescobrir a centralidade da Palavra. Reafirmar esse princípio nos leva hoje a questionar nossa hermenêutica, a assumir uma atitude bereana (At. 17. 10, 11), uma atitude de quem pensa.

III – O resgate da igreja como comunhão dos santos

Lutero amava a igreja, não queria dividi-la, mas oferecer-lhe um caminho de cura. A igreja era governada pelo Papa, e não por Cristo. Somente o clero possuía a Bíblia, isso sem falar no acúmulo de riquezas e poder da igreja enquanto o povo sofria na miséria (isso lembra alguma coisa?). Para Lutero, a igreja é o “autêntico povo de Deus”, os líderes servem à igreja, e não podem se servir dela. Por isso Lutero reafirmou o sacerdócio geral de todos os crentes – todo cristão tem a responsabilidade de anunciar o evangelho.

Reafirmar esse princípio hoje, numa sociedade do egoísmo, do individualismo e da indiferença, é assumir um chamado ao arrependimento. Esse arrependimento abrange todos os “caciques denominacionais” que ainda exploravam o povo, até às mentalidades ingênuas que, por preguiça mental, nunca progridem na fé.

IV – O resgate da liberdade do cristão

Lutero redescobre o prazer de ser livre. Como somente Deus é livre, ele nos concede a liberdade por meio de Jesus Cristo (Jo. 8.31,32 e 36). Lutero perguntava: “para que serve a liberdade do cristão?”, ao que ele mesmo respondia: “o cristão é livre para amar”. Estamos dispostos a amar hoje?

Reafirmar esse princípio significa reavaliar todo e qualquer sistema de submissão opressiva, legalismos asfixiantes, estreitamentos neurotizantes, experiências carismáticas carentes de misericórdia, que destroem a liberdade.

V – O resgate da centralidade da cruz de Cristo

Através da libertação em Cristo, o cristão se torna “um Cristo para os outros”(Lutero), portanto, quem é cristão não pode dominar sobre os seus semelhantes, sob pretexto algum. Antes, solidariza-se com o sofredor, ajudando-o a carregar a cruz. Na cruz, o cristão vê crucificado o mundo. Dela vem a nossa vocação para estabelecer o reino de justiça, igualdade e paz. É o sinal supremo do amor de Deus.

Reafirmar esse princípio significa voltar à verdade de que não somos celebridades, mas servos. Como um cristão do passado dizia, “a vida oferece somente duas alternativas: autocrucificação com Cristo ou autodestruição sem ele”.
Somos chamados a discernir o espírito de cada época. Será que estamos dispostos a assumir o “efeito Lutero” em nossa prática teológica atual? Que a igreja seja sempre uma “igreja reformada, sempre se reformando”.
Até mais...
 
Alan Brizotti
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Perdoem-me o desgosto!... Está insuportável!



Caio Fábio publicou um desabafo em seu blog com o título que reproduzo também como título deste post. Mais uma vez Caio Fábio se mostra perspicaz em sua análise do atual evangelicalismo nacional, criticando com maestria, os ventos e inventos doutrinários mais comuns de nossos dias. Além disso, Caio também critica certas posturas de alguns cristãos, que não contribuem para o progresso do Reino de Deus. 


Acompanhe o raciocínio de Caio Fábio e constate esta triste realidade.

Está insuportável. Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim.


Realmente Caio... Está insuportável! O seu desabafo também é o de muitos, inclusive o meu próprio.
Publicado: Pensamento quase livre

Não reduza o cristianismo a um bom conselho!

 
 
Reduza o cristianismo a um bom conselho e ele se harmoniza perfeitamente à cultura do treinamento de vida. Pode parecer relevante, mas, na verdade, ele acaba perdido no mercado das terapias moralistas.



Quando anunciamos o cristianismo como o melhor método de aprimoramento pessoal, inclusive com depoimentos sobre o quanto estamos cada vez melhores desde que “entregamos tudo”, os não cristãos podem, com toda razão, nos questionar: “Que direito você tem de dizer que a sua [religião]* é a única fonte de felicidade, significado, experiências emocionantes e aperfeiçoamento moral?”. Jesus claramente não é a única forma eficaz para uma vida melhor ou para um eu melhor. Qualquer pessoa pode perder peso, parar de fumar, melhorar um casamento e se tornar mais agradável sem Jesus.

O que distingue o cristianismo, em sua essência, não é seu código moral, e sim sua história – a história de um Criador que, embora rejeitado por aqueles que criou à sua imagem, se inclinou para reconciliá-los consigo mesmo por meio de seu Filho. Essa não é uma história sobre o progresso do indivíduo para o céu, e sim a narrativa dos acontecimentos históricos da encarnação de Deus, da expiação, da ressurreição, da ascensão e do retorno, bem como da exploração de seu rico significado. Em sua essência, esta história é um evangelho: as boas-novas de que Deus nos reconciliou consigo mesmo em Cristo.”



*Esta palavra foi inserida por mim [Danilo Neves] pra dar sentido a frase, pois ela não constava na tradução.


Fonte: Michael Horton. Cristianismo Sem Cristo, editora Cultura Cristã, p. 86, 2010.
Via:
Cinco Solas.

sábado, 22 de outubro de 2011

Uma reflexão sobre a essência do Ministério

 


Ministério é serviço. A palavra “ministro” vem do termo latino “minister”, que por sua vez, deriva de “minus”, ou seja, “menos”. O “minister” era o servo, o homem do serviço. Na antiguidade, havia o “minister cubiculi”, que era o servo encarregado de arrumar os quartos da casa; havia também o “minister vini”, que era o servo encarregado de manter as taças cheias de vinho nos banquetes. O ministro é chamado para servir.

Em João 13, Jesus dá o grande exemplo: deixa a mesa principal e parte para o serviço. Esse ato nos dá a dimensão maior do ministério: somos chamados para servir. O apóstolo Paulo mostra no texto de I Tm.6.11, uma lista de qualidades que o ministro deve ter: justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão. Todas são qualificações para a prestação de um serviço digno.
Ministério não é vitrine para um desfile de uma personalidade doentia, marcada pela vaidade; não é para os viciados em bajulação. Ministério é para trabalhadores da seara, servos. Um pastor muito sábio dizia: “O símbolo do ministério é o avental sujo”.

Vejamos algumas dimensões do ministério verdadeiro:

1. Caráter: o fundamento do ministério (Fp.2.14-16)
2. Serviço: a natureza do ministério (II Tm.2.3, 4)
3. Amor: o motivo do ministério (Rm.12.9-11)
4. Sacrifício: a medida do ministério (Sl.40.5-9)
5. Submissão: a autoridade do ministério (Fp.2.5-8)
6. Glória de Deus: o propósito do ministério (I Co.10.30-32)
7. Palavra e oração: as ferramentas do ministério (Hb.4.11-13)
8. Crescimento da obra: O privilégio do ministério (Mt.13.31, 32)
9. Espírito Santo: o poder do ministério (Ef.5.18-20)
10. Cristo: o modelo do ministério (Hb.7.22-27)

Aristóteles, filósofo grego, costumava dizer: “Onde as necessidades do mundo e suas habilidades se cruzam, aí está sua vocação”. Vocação é aquilo que somos, não apenas o que fazemos. Aquele que não sabe ao certo quem é, não sabe ao certo o que deve fazer nem como fazer.

Vocação e chamado são duas faces da mesma moeda. Que moeda é essa? Propósito! O propósito de Deus para nós é o que nos chama, nos vocaciona para que nossas vidas sejam plenas de significado. Para que aquilo que somos seja a verdade maior, e assim, não nos tornemos uma contradição. Assim, não somos destruídos pelo vazio da atualidade e nem fazemos uma série de coisas para abafar o grito de socorro da alma.

Deus chama homens e mulheres marcados pela graça. Vocacionados pelo amor, chamados para a “boa obra”, o “bom combate”, que tenham desprendimento das “coisas desta vida”, e que saibam viver para a glória de Deus. Deus chama homens e mulheres que possam ser seguidos, que tenham as marcas da cruz. Uma frase muito sábia diz: “Liderar não é dar ordens, é ser seguido”.
 
Ministério é coisa séria.
 
Até mais...
 
Alan Brizotti

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fim do Mundo nesta sexta-feira faz a alegria dos ateistas


 
A Freedom From Religion Foundation (Fundação para o Fim da Religião) está aproveitando o fim do mundo anunciado para amanhã (sexta, 21) pelo pastor evangélico  Harold Camping (foto), 80, para conscientizar as pessoas a não perder tempo com falácias religiosas como essa, podendo, assim, dedicar-se mais na construção de um mundo melhor.

A FFRF, que é uma organização americana de ateus e agnósticos, espalhou no Estado de Oakland 40 outdoors com cinco diferentes mensagens, como “todo dia é dia de julgamento, use sua razão”. Em Oakland é onde a Family Radio, de Camping, é mais influente.

O pastor já previu o Dia do Julgamento Final para 7 de setembro de 1994 e 21 de maio de 2011. Em ambos os casos ele disse ter errado nos cálculos da data, mas garantiu que agora as contas estão certas.

Em relação ao primeiro “fim do mundo” deste ano, houve muitas pessoas que de fato acreditaram que uma tragédia da natureza ia destruir o planeta e que Jesus voltaria para levar os bons. Agora, até cristãos têm feito piadas com Camping.

Neste ano, o pastor foi um dos ganhadores do Prêmio Ig Nobel (Nobel às avessas) por ter feito mau uso da matemática.
´

 
Use a razão, pede a organização


Fonte: Genizah

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Agora você faz um depósito e pode ganhar um milagre, através do Milagre Card que chega à Paraíba




Trata-se do cartão de visitas do Pastor Missionário Clovis Lopes, pertencente à Assembléia de Deus Pentecostal Pai Nosso. De acordo com informações do cartão, esta igreja parece ter congregações na Paraíba e em Brasília.

Entre outras coisas, o referido cartão de visitas dá ênfase a um trabalho de cura e libertação. E ainda informa o número de duas contas bancárias, o slogan da igreja, o email do pastor, e mensagens de estímulo à contribuição, como: Agindo Deus quem impedirá e Desatando os nós.

Através dos contatos deixados no cartão, nossa redação tentou ouvir o pastor Clovis e obter respostas ás seguintes questões: De onde veio a idéia do Milagre Card? Qual é a justificativa usada para intitular um cartão de visita como ”cartão do milagre”?

Segundo informações estaria viajando para Brasilia.

Fonte: Pulpito cristão

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Chega de "irmãos" - Eu quero amigos!



A amizade é um tema pouco tratado no meio cristão. Pare e pense em quantos livros você já leu sobre amizade cristã. São raros. Estamos tão acostumados em chamar os outros de “irmãos” que esquecemos que também precisamos de amigos.

No começo até imaginamos que, se temos irmãos, logo, temos amigos. Todavia, no primeiro pântano da amargura, percebemos que falta-nos amigos que chorem com a gente e estendam a mão para nos tirar de lá. Como pastor, tenho percebido cada dia mais a necessidade que as pessoas têm de encontrarem amigos. Estão cercadas de “irmãos”, mas dificilmente encontram neles algum amigo. Estranho, não é? Por quê isso?

Às vezes, penso ser por causa da superficialidade que ronda o ambiente cristão em geral. Muitos estão apegados à costumes e gírias cristãs (ex.: A Paz, irmão!… Na bênção?!… E aí, bênção?!), que, em essência, não significam absolutamente nada, que não, demonstrar que um ou outro é cristão. Me perdoem, mas eu detesto estas gírias e costumes. Se algum dia me virem as usando, estejam certos que eu surtei, enlouqueci, ensandeci.

Por exemplo, eu sei que alguém é meu irmão quando ele chega para mim e diz: “A paz, pastor!”… Opa, imagino que esse seja meu “irmão na fé”. Ou, quando estou comprando algo, e a moça do caixa me diz: “Deus abençoe o senhor”, daí penso: essa também é minha irmã em Cristo. Cenas assim acontecem sempre. Aparentemente, tenho uma grande família de “irmãos” e “irmãs”, que não sabem onde eu moro, como me chamo, minhas tristezas, minhas alegrias. Às vezes penso que o jargão “irmão” é igual ao “companheiro” do PT. Se chama todo mundo de “companheiro” sem se pensar no que se está dizendo.
Creio que Jesus, com seu exemplo, nos ensina muito sobre amizade e companheirismo. Jesus decidiu cercar-se de pessoas que o trairiam, negariam, e abandonariam. Ele sabia de tudo isso. Mesmo assim, ele decidiu.

Jesus não ficou esperando que as pessoas viessem procurá-lo para uma amizade. Ele não esperou que alguém o notasse, que alguém puxasse papo, que alguém se preocupasse com ele. Antes, ele decidiu ir e notar, puxar papo, se preocupar com pessoas de dentro e de fora de seu convívio. Se você quer  ter amigos, vá e faça-os! Outro erro, é entendermos que amizade significa ter alguém que se preocupe com você. Totalmente anti-bíblico! Amizade significa você decidir se preocupar com alguém. Quando isso acontece, começasse uma amizade.

O cristianismo e a amizade cristã têm mais a ver com você dar do que receber, fazer do que esperar que façam, amar do que esperar que lhe amem, se preocupar do que esperar que se preocupem. A amizade cristã está sempre voltada para o próximo! Jesus disse que ele:

Não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos … Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos... tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. (Mc 10.45 e Jo 15.13-15)

Tendo estas palavras em mente, sejamos como Ele! Não nos esqueçamos que amizade cristã tem a ver em servir alguém hoje, e não esperar que alguém nos sirva. Saia! Sirva! Preocupe-se! Ame! Solidarize-se! Siga os passos de seu Mestre. Faça isso. Só não fique parado esperando que alguém se lembre de você e faça algo por você. Isso, pela graça de Deus, poderá ocorrer. Só não se esqueça que, amizade, aos olhos de Deus, tem mais a ver com o que você está decidindo fazer por alguém hoje (um telefonema, um passeio, uma conversa sincera) do que com o fato de ninguém estar se lembrando de você.

Chega de vivermos apenas como “irmãos”. Sejamos amigos, e verdadeiramente irmãos, de carne (pois comemos do mesmo “pão” que desceu do céu) e de sangue (pois estamos lavados e perdoados pelo, agora, nosso grande Amigo!).

Wilson Porte Jr.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quando se ora erradamente

 
 
Algumas vezes ora-se não só em vão, mas também errado. Vejamos o exemplo: Israel fora derrotado em Ai, e “Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças” (Josué 7:6).

De acordo com a nossa atual filosofia do reavivamento, isso era o que devia ser feito e, uma vez que isso se fizesse continuamente, é certo que convenceria a Deus e Ele acabaria concedendo aquela bênção. Mas, “disse o Senhor a Josué: Levanta-te; por que es¬tás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara... Dispõe-te, santifica o povo, e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o Senhor Deus de Israel: ...aos vossos inimigos não podereis resistir enquanto não eliminardes do vosso meio as cousas condenadas” (Josué 7:10-13).

Precisamos de uma reforma dentro da Igreja. Pedir que um dilúvio de bênçãos caia sobre uma igreja desobediente e decaída é desperdiçar tempo e energias. Nova onda de interesse religioso apenas conseguirá adicionar números às igrejas que não tencionam submeter-se à soberania de Jesus e nem buscam obedecer aos mandamentos dEle. Deus não está interessado tan¬to em aumentar a freqüência às igrejas, mas em fazer com que tais pessoas emendem seus caminhos e comecem a viver santamente.


Certa vez o Senhor pela boca do profeta Isaías disse palavras que aclaram este assunto de uma vez por todas: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiro, e da gordura de animais cevados, e não me agrado do sangue dos novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene... Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos: cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas... Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.” (Isaías 1:11-17,19.)
Os rogos, pedindo reavivamento, só serão ouvidos quando acompanhados de uma radical emenda ou reforma de vida; nunca antes. Reuniões de oração que atravessam a noite mas não são precedidas de verdadeiro arrependimento só podem desagradar a Deus. “O obedecer é melhor do que o sacrificar.” (1 Samuel 15:22.)

Urge voltarmos ao cristianismo do Novo Testamento, não apenas no que respeita ao credo mas também na maneira completa de viver. Separação, obediência, humildade, naturalidade, seriedade, autodomínio, modéstia, longanimidade: tudo isso precisa ser novamente parte vivificante do conceito total do cristianismo e aparecer no viver cotidiano. Precisamos purificar o templo, tirando de dentro dele os mercenários e os cambiadores, e ficarmos outra vez inteiramente sob a autoridade do Senhor ressurreto. E isto que aqui ago¬ra dizemos aplica-se a quem escreve estas linhas, bem como a cada um dos que invocam o nome de Jesus. Daí, sim, poderemos orar em plena confiança, e aguardar o verdadeiro reavivamento que certo virá.

W.Tozer

sábado, 1 de outubro de 2011

Porque chora Jeremias ?


“Por essas coisas, choro eu; os meus olhos, os meus olhos se desfazem em águas; porque se afastou de mim o consolador que devia restaurar a minha alma; os meus filhos estão desolados, porque prevaleceu o inimigo” (Lm 1.16)
Enxergo uma igreja hoje muito conectada a idéia: “ Estamos felizes estamos bem!”.  Qual  seria o motivo de tamanha alegria? O crescimento numérico (a quantidade aumentou, mas a qualidade caiu)! Poderiamos  comemorar os novos templos luxuosos, as cadeiras almofadadas, as pessoas ricas (atores, atrizes, políticos, jogadores de futebol) que estão aderindo ao “ Igrejianismo” – Com certeza seria um motivo para uma reação sim, mas não o sorriso! Seria o momento exato para pararmos e começarmos a chorar pela situação em que estamos. Pena que a igreja moderna arrancou do seu vocabulário a palavra tristeza e substituiu pela “unção do riso”. Será que Jeremias chorava porque na sua época, afinal ele era um homem abençoado, deveria está sempre sorrindo, ou será que não?
Se pudéssemos perguntar para ele, porque choras Jeremias, o que o profeta iria responder?
Antes de responder essas questões, gostaria de explicar quem é esse profeta que tanto chorou. É conhecido de todos que o profeta Jeremias é o profeta das lágrimas e não dos risos. O inicio do ministério de Jeremias foi marcado por uma declaração do próprio Deus: “Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti” (Jr 1.19). Essas pessoas que pelejariam contra Jeremias não eram estrangeiras pessoas desconhecidas, não eram inimigos naturais de Israel, mas eram os sacerdotes, profetas, anciões e todo o povo. (Jr 16.11)
Jeremias tinha uma missão complicada, pois ele iria pregar uma mensagem que o povo não queria escutar (Jr 44.17). Pregaria para um povo dividido entre a  quem adorar e a quem servir, de um lado estava Deus e do outro a “rainha dos céus” (Jr 44.17) ele teria que denunciar essa falsa religiosidade.
Jeremias nessa árdua missão não seria questionado e perseguido apenas no campo das ideias; com afrontas, insultos, desprezo não, ele sofreria fisicamente também. Em um determinado momento ele foi colocado em um calabouço (Jr 38.6) em outro foi agredido por um profeta (Jr 28.10).
Se perguntássemos, por que choras Jeremias? Ele diria: Choro porque o meu povo fez duas maldades; deixaram o Senhor e cavaram para si, cisternas rotas (Jr 2.13).
Por que choras Jeremias? Choro porque o meu povo foi iludido com palavras falsas, pois lhes dizem: templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este e envolvidos pelo formalismo, não conhecem o seu Deus. (Jr 7.4)
Por que choras Jeremias? Choro porque o Senhor me “iludiu” e iludido fiquei (Jr 20.7), ser profeta não é fácil.
Por que choras Jeremias? Choro porque os profetas viram maldade e loucura para o meu povo. (Lm 2.14). Pregaram uma falsa prosperidade e uma vitória que nunca chegou (Jr 28.11)
Por que choras Jeremias? Porque as mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo.(Lm 4.10)
Por que choras Jeremias? Porque eu sou o homem que viu a aflição por causa dos juízos do Senhor sobre a filha do meu povo (Lm 3.1).
Se nos perguntarem, por que choras? Diria:
Por essas coisas, choro eu; vejo alguns na igreja em busca de “cisternas rotas” enquanto o Senhor permanece dizendo: “Quem tem sede venha a mim e beba”
Por essas coisas, choro eu; as maiores oposições ao ministério não são externas, mas internas.
Por essas coisas, choro eu; parece que o povo tem facilidade de acreditar em falsos profetas da prosperidade e o resultado é pregadores ricos e ovelhas pobres.
Por essas coisas, choro eu; porque vejo a aflição alguns crentes por causa do juízo de Deus sobre as suas vidas em conseqüência da desobediência.
Por essas coisas, choro eu; porque vejo o inimigo prevalecendo em algumas áreas e a igreja ficando em posição de defesa quando deveria atacar.
Meus irmãos; resta-nos fazer a oração de Jeremias:

“Converte-nos, Senhor, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes” (Lm 5.21)
Que Deus nos ajude ...
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