quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O principio de Jó



“...Ainda conservas a tua integridade?” (Jó 2.9)



Um homem num leito de hospital, desenganado, com apenas alguns dias de vida. O câncer, já em metástase, cumpre sua cruel missão: “Eu odeio Deus!” bradou com tamanha raiva que seus olhos vestiram um vermelho tenebroso.

Uma senhora judia, sobrevivente de um campo de concentração nazista, quando perguntada sobre a existência de Deus, replicou: “Se existiu Auschwitz não pode existir Deus”.

Um renomado diretor teatral, num programa de entrevistas na TV aberta disse: “Deus é a tragédia otimista”.

Retratos do caos da alma em dias de pós- modernidade. À luz da mulher de Jó, o homem pós moderno grita: “... amaldiçoa teu Deus e morre!”Almas em revolta. Conforme os dias passam, a humanidade segue alimentando sua ira contra Deus. O sentimento que impera hoje não é o amor a Deus ou o medo de Deus, mas a indiferença. Esses sentimentos contra o Eterno vêm tatuados de agonia, estigmatizados com a afirmação: “Não precisamos de Deus”. O medo do homem de hoje é o medo de prestar contas. É a presença marcante do Salmo 14.

O sentimento de Jó ainda vale a pena. Jó entra para a história não somente por suportar a tribulação, nem tampouco por não blasfemar. Ele entra para a história por amar a Deus, até mesmo em sua pior dor. Pelo feito incrível de ter transformado sua provação numa glória para Deus. Ele enxerga Deus no cerne de sua crise: “... recebemos o bem de Deus, e não receberemos o mal?” (Jó 2.10). Consegue distinguir os rastros de Deus no ciclone que destruía seus sonhos. A fé e o amor de Jó se transformaram num fantástico testemunho para as gerações, no poema de Deus na história, na bela investigação sobre a condição humana.

Um dos primeiros bispos da história da igreja, Inácio de Antioquia, sentindo que seria martirizado por causa de sua fé, escreveu uma carta para a sua igreja: “Sou trigo de Deus, e os dentes das feras hão de me moer para que eu seja apresentado como vivo pão de Cristo”.
O lema missionário da poderosa comunidade dos Morávios, surgiu quando dois jovens se venderam como escravos para entrarem numa determinada região a fim de pregarem o Evangelho: “O cordeiro de Deus é digno!” Retratos dos que seguem o “princípio de Jó”.

Saramago à parte, prefiro Deus!


Até mais...

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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