domingo, 25 de julho de 2010

O pior cego é aquele que não quer enxergar

Peço a todos que leiam e meditem.

O pior cego é aquele que não possui um meio para enxergar...

Desde a época em que converti percebo no meio cristão uma forte e quase indestrutível tendência de sempre se caminhar em extremos religiosos. Esses extremos, por sua vez, em nada contribuem para a dissipação das trevas no meio da Igreja, somente dão uma nova forma ainda mais camuflada ao engano. Na maioria das vezes quando combatemos duramente alguma forma de heresia em nosso meio acabamos nos tornando tão piores quanto àqueles que as dizem. E isso geralmente ocorre no campo do Conhecimento Espiritual X Conhecimento Teológico e Racional. Mesmo que aparentemente estejam opostos, ou pelo menos assim os crentes fazem parecer, o mais simples expectador pode perceber que não há necessidade de se reconciliar esses dois amigos de longa data.

Os movimentos carismáticos como o Montanismo, o Pentecostalismo e o Neo-pentecostalismo supervalorizaram as emoções e a subjetividade, ao mesmo tempo que outros, em seu combate, baniram totalmente os sentimentos e a experiência pessoal tornando-se tão “sábios” e racionais quanto os incrédulos.

Uns se esqueceram da objetividade da Palavra e outros do objetivo do Espírito.

Não bastasse esses conflitos, agora percebo mais do que nunca uma certa revolta contra a própria Teologia. Isso não é nenhuma novidade, já que há muito tempo essa idéia já vem sendo nutrida em nosso meio. Mas o que me deixou um pouco espantado foi o fato de que alguns de vocês que acompanham e curtem os conteúdos postados nesse blog, ou no site da Geração Benjamim, sejam simpatizantes e até mesmo praticantes dessas idéias. Que Deus nos ajude! Como é monstruoso o fato de que uma pessoa que só creu em Jesus Cristo por causa da Teologia, que em significado bem simples é o estudo de como percebemos Deus e aprendemos sobre Sua Pessoa, propósitos e atributos; pode se virar de forma tão radical e começar a julgar a Bíblia, ao invés de humildemente se permitir ser julgada por ela!

Quero compartilhar com vocês um texto de A. W. Tozer:

Não Existe Substituto para a Teologia

Por sermos o que somos e pelo fato de tudo o mais ser o que é, o estudo mais importante e proveitoso que qualquer um de nós pode fazer é, sem dúvida, o da teologia.

A teologia provavelmente recebe menos atenção do que qualquer outro assunto, mas isso nada diz sobre sua importância ou falta dela. Esse fato indica porém que os homens continuam ocultando-se da presença de Deus entre as árvores do jardim e sentem-se terrivelmente constrangidos quando o assunto de sua relação com Ele é mencionado. Eles sentem sua profunda alienação de Deus e só conseguem viver em paz consigo mesmos quando se esquecem de que não estão reconciliados com Deus.

Se não houvesse Deus as coisas seriam muito diferentes para nós. Se não houvesse alguém a quem devêssemos finalmente prestar contas, pelo menos um grande peso aliviaria nossa mente. Precisaríamos viver apenas dentro da lei, o que não é tão difícil na maioria dos países, e nada haveria a temer. Mas se Deus criou de fato a Terra e colocou nela o homem numa condição de experiência moral, pesa então sobre nós a responsabilidade de aprender a vontade de Deus e pô-la em prática.

Pareceu-me sempre inconsistente que o existencialismo negasse a existência de Deus e a seguir fizesse uso da linguagem do teísmo a fim de persuadir os homens a viverem retamente. O escritor francês, Jean-Paul Sartre, por exemplo, declara francamente que representa o existencialismo ateu. “Se Deus não existe”, diz ele, ”não encontramos valores ou mandamentos a que nos ater para dar autenticidade à nossa conduta. Assim sendo, na escala brilhante de valores não temos desculpas em que nos apoiar nem justificativa à nossa frente. Estamos sós, sem qualquer desculpa.” Todavia, no parágrafo seguinte ele afirma secamente: “O homem é responsável pela sua paixão”, e logo após, ”O covarde é responsável pela sua covardice.” Essas considerações, diz ele, enchem o existencialismo de “angústia, desolação e desespero”.

Em minha opinião, um raciocínio desse tipo deve assumir a verdade de tudo que buscar negar. Se não houvesse Deus não haveria o termo “responsável”. Nenhum criminoso precisa temer um juiz que não existe; nem precisaria preocupar-se em infringir uma lei que não tivesse sido imposta. O conhecimento de que a lei e o juiz de fato existem é que leva o medo ao coração do infrator. Existe alguém a quem devo prestar contas; de outra forma o conceito de responsabilidade não teria significado.

Em vista de Deus existir e em virtude de o homem ter sido feito à sua imagem, devendo prestar contas a Ele, é que a teologia se torna crucialmente importante. Só a revelação cristã possui a resposta às perguntas não respondidas sobre Deus e o destina da humanidade. Permitir que essas respostas cheias de autoridade fiquem negligenciadas enquanto buscamos respostas em toda parte e não encontramos nenhuma, parece-me nada menos que loucura.

Motorista algum seria perdoado se deixasse de consultar seu mapa rodoviário e tentasse descobrir o caminho certo através dos campos, procurando musgo nos troncos, observando o vôo das abelhas silvestres ou o movimento dos corpos celestiais. Se não houvesse mapas, o indivíduo poderia descobrir o caminho pelas estrelas, mas para o viajante que quer chegar depressa em casa as estrelas seriam um fraco substituto do mapa.

Os gregos navegaram muito sem o auxilio de cartas geográficas; mas os hebreus possuíam o mapa e não tiveram a necessidade da filosofia humana. Como alguém que conhece relativamente bem o pensamento grego, acredito que qualquer dos eloqüentes capítulos Isaías ou os Salmos inspirados de Davi, contem mais ajuda real para a humanidade do que toda a produção das mais elevadas mentes gregas durante os séculos de sua glória.

A negligência atual das Escrituras inspiradas por parte do homem civilizado é uma vergonha e um escândalo; pois essas mesmas Escrituras lhe dizem tudo o que ele quer saber ou deveria saber, sobre Deus, sua própria alma e destino humano. É irônico que os homem gastem vastas somas de dinheiro e tempo num esforço para descobrir os segredos de seu passado, quando futuro é tudo que deveria realmente importar-lhes.

Homem algum é responsável pelos seus ancestrais; o único passado do qual deve dar contas é aquele relativamente curto que viveu aqui na terra. Aprender como posso escapar da culpa dos pecados cometidos em meu breve ontem, como posso viver livre do pecado hoje e entrar finalmente na presença abençoada de Deus num feliz amanhã - isso é mais importante para mim do que qualquer coisa que possa ser descoberta pelo antropólogo. Parece-me uma estranha perversão de interesses fitar demoradamente o passado, o pó, quando estamos equipados para fixar os olhos no alto, na glória.

Tudo o que me impeça de chegar à Bíblia é meu inimigo por mais inofensivo que pareça. Tudo que prenda minha atenção quando deveria estar meditando sobre Deus e as coisas eternas prejudica minha alma. Se os cuidados da vida apagaram de minha mente as Escrituras, estarei sofrendo uma perda irreparável. Se eu aceitar qualquer outra coisa além das Escrituras estarei sendo enganado e roubado, resultando em eterna confusão.

O segredo da vida é teológico e a chave para o céu também. Aprendemos com dificuldade, esquecemos facilmente e sofremos muitas distrações. Devemos portanto, decidir com firmeza estudar teologia. Devemos pregá-la do púlpito, cantá-la em nossos hinos, ensiná-la aos filhos e fazer dela tema de conversa quando nos reunimos com os amigos cristãos.

Este blog, Crescendo e Compreendendo, não tem por objetivo somente apontar os erros da igreja, nem fazer deles motivo de nosso divertimento perverso. Mas sim apontar as soluções bíblicas e práticas, além de mostrar que existe sim vida Após-Igreja Evangélica Atual, da mesma maneira que existe após a morte. Em ambas as ocasiões, devemos estar com temor e tremor como se estivéssemos diante de Deus, pois sabemos que se Deus não nos restringisse na realização desenfreada de nossos desejos, seriamos como demônios encarnados. Que estejamos Crescendo e Compreendendo e Compreendendo e Crescendo.

Sim, eu creio que por mais que conversemos e desejemos manter a paz com todos os nossos irmãos, a conversa e a omissão, em favor de não sermos responsabilizados pelo peso da palavra de Deus que sai dos nossos lábios e trazem a luz os pecados escondidos no coração de todos os homens, nunca terão o poder de unir a Luz às Trevas.

“A verdade é que a Bíblia não ensina que haverá nova luz e avançadas experiências espirituais nos últimos dias; ela ensina exatamente o oposto. Nada, em Daniel ou nas epístolas do Novo Testamento, pode ser usado como subterfúgio para advogar a idéia de que nós, do fim da era cristã, teremos alguma luz que não era conhecida em seu início. Cuidado com qualquer pessoa que se apresente como mais sábia que os apóstolos ou mais santo que os mártires da igreja primitiva!”


“A INCREDULIDADE CEGA CERTAMENTE ERRARÁ
E JULGARÁ COMO INÚTIL A SUA OBRA;
DEUS É O SEU PRÓPRIO INTÉRPRETE
E CERTAMENTE A ESCLARECERÁ.” William Cowper


Que Deus não nos permita calar!


Autor: João Vitor
Fonte: [ Crescendo e compreendendo ]

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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