domingo, 27 de novembro de 2011

Veja o tipo de pregador que tem subido nos púlpitos atualmente

 

 
a) Pregadores de motivação: Estes deixam a igreja em polvorosa. São agitadores de alma; mas não tocam no espírito. Especialistas em manipular emoções, conseguem extrair fortes aplausos, e a atenção da sociedade. No dia seguinte está na boca do povo: "meu pastor trouxe um grande pregador". Mas será que a Palavra pregada vai deixar frutos que permaneçam? Lembre-se do que Jesus disse.

b) Pregadores de promessas financeiras: Deus é rico, e quer enriquecer seu povo. Eu creio nisso. Mas a geração de pregadores de promessas é identificada com facilidade, quando suas mensagens terminam frequentemente com uma chantagem emocional, exigindo entregas de bens, baseada na emoção e não na direção de Deus. Existem pastores que não hesitam em saquear seu próprio rebanho. Uma certa vez fui pregar na Bahia, e o pastor da igreja me disse: "Pastor, tire o máximo que puder de dinheiro de meu rebanho, e dividimos meio a meio". Eu disse que não queria seu dinheiro. No final do culto a igreja inteira caiu endemoniada, inclusive o pastor. Foi um momento marcante de meu ministério!

c) Pregadores do ego: São aqueles que falam o que a igreja quer ouvir, e não o que ela precisa. Se este tipo de pregador acertam na pregação, e atingem a gratidão do povo, terão portas abertas para sempre naquela igreja.

d) Pregadores de testemunho: A mensagem destes é baseada no seu passado. Noventa porcento do tempo é contar história, e quase nunca dizem o que são agora. Dizem "o diabo me usava assim e assado", mas dificilmente podem comprovar "mas agora Deus faz isso...". Porque será que o povo não percebe?

e) Finalmente, pregadores de novas revelações: Estes vez por outra aparecem com uma "nova revelação da palavra". Suas mensagens quase não tem bíblia; tem muito "achismo". E como o povo gosta de novidade, parece que a Palavra Eterna já se tornou obsoleta.

Com todos estes tipos de pregadores, porque será que os pastores continuam a convidar gente assim?

Eu respondo: Eles não se preocupam com o tipo de alimento que seu povo está comendo. Deixaram de oferecer Jesus (a árvore da vida), e passaram a dar a seu rebanho (o conhecimento do bem e do mal).

Mas eu quero dizer pastor. O que define seu ministério não é o tamanho de seu rebanho, o que falam de sua igreja, ou o que sua igreja fala de você.

O que define seu ministério é: QUANTOS VÃO SE SALVAR GRAÇAS A SEU TRABALHO.

Não se engane, no grande dia o Senhor vai querer prestação de contas.

Cuide-se.

Autor: Pr. Ricardo Ribeiro

sábado, 19 de novembro de 2011

É preciso clamar


O texto de Joel 2.1 diz: "Toquem a trombeta em Sião..." Em outras palavras: "Clamem!"
O clamor é uma expressão da alma. Sempre há alguém clamando. O mundo é um imenso eco de clamores. Até Deus clama – a Bíblia é repleta dos clamores de Deus: “A quem enviarei?” (Isaías 6.8). O nome Joel significa “o Senhor é Deus”. É provável que Joel tenha vivido e profetizado em Jerusalém. É um livro baseado todo em Deus! Há uma sede de Deus.

Joel tem sido chamado de “o profeta do avivamento”. Ele compreendeu que o arrependimento sincero é a base da verdadeira espiritualidade e era para que isto acontecesse com seu povo que ele se esforçava. O conteúdo básico de seu livro é o apelo ao arrependimento. O livro todo é um clamor. A grande verdade que precisamos resgatar aqui é que ainda precisamos de um clamor que suba até os céus e chegue aos ouvidos de Deus.

Vamos observar três clamores que nós, como igreja, não podemos desprezar:

1. Precisamos clamar por novas lágrimas (Joel 1. 13, 14 – 2. 17)

George Whitefield em um de seus sermões disse que “precisamos nos arrepender do nosso arrependimento e lavar as nossas lágrimas no sangue do cordeiro”. A igreja de hoje até chora, mas não mais movida pelo quebrantamento. É um choro cínico. Um choro muito parecido com birras infantilizadas.

Precisamos chorar! Lágrimas de conteúdo. Lágrimas com um propósito definido. Lágrimas que apontem para a cruz! Lágrimas que nos levem à ação (Ne. 4. 4: “assentei-me e chorei” - ruínas que incomodam e levam à ação!).

Esse cristianismo da festa, do oba-oba, do sorriso pálido não sabe o perigo que está correndo. Deus clama por uma igreja banhada por lágrimas.
2. Precisamos clamar por um retorno à santidade (Joel 2. 1, 2)

Thomas Watson disse que “a santificação é gradual; se ela não aumentar, é porque não está viva”.

Vivemos numa igreja que comete o terrível pecado do esquecimento da santidade. Uma igreja que enfatiza o amor e as bênçãos de Deus, mas que não vive para honrá-lo em santidade e justiça. Uma igreja muito parecida com o cenário que Asafe denuncia no Salmo 74. 9: “Já não vemos os sinais miraculosos, não há mais profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará”. O que vemos hoje, em muitos lugares, não são sinais miraculosos, mas mágica, ilusionismo, sugestionamentos e psiquismos que tiram a Glória de Deus.

Joel coloca uma expressão muito forte: “tremam todos os habitantes do país, pois o Dia do Senhor está chegando!” Isso é um chamado à consciência da grandeza da Presença de Deus – “Tremam!” Deus não é somente amor e maravilhas – Ele também é o Sagrado Terrível – o Deus que não aceita suborno, que não pode ser tratado com negligência – O Deus que não aceita fogo estranho em seu altar!


3. Precisamos clamar por um legítimo arrependimento (Joel 2. 13)

Moody deu uma das definições mais lindas do que é o arrependimento: “Arrependimento é a lágrima nos olhos da fé”. É a mistura perfeita entre o rosto molhado com o coração quebrantado!
Choremos por um retorno a Deus! Não precisamos dos mágicos e seus showzinhos baratos, precisamos de Deus!

Choremos por um retorno à Palavra! Chega dessa cantarolagem vazia e pouco edificante!

Choremos por uma verdadeira comunhão uns com os outros! Chega das teologias da vingança.
Nosso inimigo está lá fora e derrotado!

Arrependimento não é uma coreografia montada. Não é um ato político numa festa sem Deus – é retorno!

Charles Wesley: irmão de John Wesley escreveu muitos hinos, dentre eles, um que é extraordinário:

Ó Jesus, cheio de graça e de verdade,
Mais cheio de graça do que eu de maldade,
Mais uma vez eu busco tua face gloriosa;
Abre teus braços, recebe-me com ternura amorosa,
Cura gratuitamente meu pecado cruel
E, a despeito disso, ama este pecador infiel.


Somos pecadores, é isso que precisamos entender para sermos salvos! É preciso clamar!
Até mais...
 
 
Alan Brizotti
 
Fonte: Site do mesmo - http://alanbrizotti.blogspot.com/
 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ratinho critica toalhinha milagrosa; Valdemiro responde com praga

O folclórico Ratinho ataca
o milagrento Valdemiro
.
O folclórico Ratinho criticou recentemente em seu programa no SBT, sem citar nomes, um pastor da Mundial que apresentou o testemunho de um fiel que disse ter conseguido liquidar uma dívida de R$ 18 mil com o passar da toalhinha milagrosa da igreja na fechadura da porta de um banco.

“Isso é enganação”, disse Ratinho. “É estelionato, pastor. Você deveria estar na cadeia.”

Valdemiro Santiago, chefe da Mundial, reagiu dizendo que gosta do Ratinho, mas jogou uma praga no apresentador: “Amanhã você contrai um câncer e não tem a quem recorrer.”

O autoproclamado apóstolo chegou a invocar a ira divina contra Ratinho. “Se eu pedir fogo do céu, cai fogo do céu”, disse. “Não venha com palhaçada por cima de mim, rapaz.”

Ratinho está para a TV assim como Valdemiro Santiago está para a crença evangélica. Ambos vivem do fabrico de bizarrices para o mesmo extrato da sociedade, as classes C e D.

Mas nesse caso o apresentador tem razão porque, a sua maneira, mostrou o que todo sabe e contra o qual nenhuma autoridade se mexe: o uso por espertalhões da liberdade de crença para explorar pobres e ingênuos.

Ratinho versus Valdemiro

Por Paulo Roberto Lopes


.


domingo, 13 de novembro de 2011

Estou interessado em crescer?


Em 2Pedro 3.18, o crescimento na graça é apresentado não como uma opção, mas como uma necessidade; não como uma sugestão, mas como uma ordem. Pedro usa o verbo no imperativo: "Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo". Esta é a última ordem do apóstolo, escrita no último versículo de sua última carta, em um momento em que ele sabia que sua morte era iminente (2Pe 1.14). Assim, as suas últimas palavras carregam um peso e significado especiais. E como se Pedro estivesse nos dizendo: "Se vocês esquecerem tudo o que eu lhes disse, lembrem-se disto, pois é a coisa mais importante de tudo que lhes tenho dito". E assim, de fato, foi o que aconteceu, porque o pensamento que Pedro estava expressando ali era, na verdade, maior e mais rico do que já vimos.


De Ryle, que neste ponto estava seguindo os puritanos, temos até aqui emprestado a frase "crescimento na graça" para indicar "crescimento nas graças" (virtudes, facetas do caráter cristão). Embora isto seja certamente parte do entendimento de Pedro, há muito mais a ser dito a esse respeito.


Crescer na graça e no conhecimento de Cristo significa:

•        firmar o entendimento que uma pessoa possui de toda a doutrina da graça que vimos nos capítulos 2o e 3o;

•        aprofundar o relacionamento de fé de uma pessoa com Cristo, e por meio dele, com o Pai e o Espírito, pelo envolvimento da santa Trindade, consciente e diretamente, em sua vida; e


• tornar-se mais parecido com Cristo à medida que o Espírito nos assemelha Aquele a quem contemplamos, levando-nos a orar para que sejamos como ele, ajamos de forma a imitá-lo e manifestemos nossa transformação progressiva em direção à sua imagem moral.


Obedecer esta ordem em uma base constante (que é o que Pedro tem em mente; "crescei" no imperativo para indicar um crescimento contínuo) é uma questão de ser um cristão consciente, e de tentar ser, em todo o tempo, mais cristão, em cada área da vida. Portanto, o crescimento na graça é a verdadeira obra da nossa vida, uma imensa e infindável tarefa. Uma vez que é uma questão de ordem, o que temos a fazer é nos submeter à ela, e trabalhar para cumpri-la da melhor forma possível. Isto é o verdadeiro discipulado. É assim que mostramos ser cristãos. O crescimento na graça é, assim, uma prova de fogo para todos nós.


Muitos cristãos, no entanto, parecem não crescer na graça, nem se preocupar em crescer. Ao que parece, eles se contentam com a sua estagnação ou até recuo espiritual. Isto é trágico. Por quê? Existem várias razões possíveis. Talvez eles nunca tenham lido as palavras de Pedro, nem tenham ouvido que Deus requer que cresçam na graça. As pessoas não têm consciência de coisas das quais são ignorantes. Ou talvez eles estejam.com um pé atrás por medo de que um compromisso sério para crescer na graça traga uma perturbação e mudança maior em sua vida - e isto provavelmente aconteceria. W. H. Auden testificou sobre o efeito paralisante desse temor em sua indiferente frase: "Preferimos a ruína à transformação".


Ou talvez eles estejam seguindo a sugestão dos cristãos à sua volta, que também não se preocupam em crescer na graça. Talvez tenham concluído que não precisam se preocupar com isso, sem levar em conta o que a Bíblia diz. Ou talvez tenham perdido o seu primeiro amor por Cristo e pelas coisas divinas e têm, como disse Paulo a Demas, "amado o presente século" (2Tm 4.10). Mas, qualquer que seja a razão, seu descaso é desobediente, errado, irresponsável e indefensável. Todos os cristãos têm a obrigação de crescer na graça e no conhecimento de Cristo.


Ao iniciar sua carta, Pedro especificou, de um modo muito claro, os pontos do compromisso de crescer na graça. "Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento; com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo" (2Pe 1.5-8). Observe como D, E e P (doutrina, experiência e prática) se encaixam aqui! Esta é uma fórmula que se aplica a tudo. Devo, portanto, encarar o fato de que este é o modo de vida para o qual sou chamado, e que entro em um estado impuro e doentio do coração no momento em que paro de esforçar-me, portanto, por crescer. E o que é verdade a meu respeito, é verdade a respeito de cada um de nós.
J.l. Packer
Via: Jossemar Bessa

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Perguntas que os evangélicos não querem responder


Por favor, alguém pode me explicar por que palavras como “paixão”, “fogo”, “glória”, “poder” e “unção” vendem muito mais CDs do que “graça”, “misericórdia” e “perdão”?

Por que aqueles que mais falam sobre “prosperidade” evitam sistematicamente textos como Tiago 2:5, I Timóteo 6:8 e Habacuque 3:17-18?

Por que se fala tanto em dízimo, defendendo-o com unhas e dentes, mas quase nada se fala sobre ter tudo em comum e outras coisas como “ajudar os domésticos na fé” e “não amar somente de palavra e de língua mas de fato e de verdade”? Em qual proporção a Bíblia fala de uma coisa e de outra?

Por que em Atos 4, quando os apóstolos foram presos, a igreja orou de forma tão diferente do que se ora hoje? Por que não aproveitaram a ocasião pra “amarrar o espírito de perseguição”, pra “repreender a potestade de Roma”, ou coisa semelhante?

Por que Atos 2:4 é muito mais citado como modelo do que era a igreja primitiva do que Atos 2:42?

Por que todo mundo sabe João 3:16 de cor, mas tão pouca gente sabe I João 3:16?

Por que 90% ou mais dos cânticos congregacionais modernos são na primeira pessoa do singular (EU), quando a proporção nos salmos é muito menor?

Por que todo mundo aceita que Jesus curou e colheu espigas no sábado, aceita também que Deus ordenou que seu povo matasse vários povos rivais, mas se escandaliza absurdamente quando alguém diz que Raabe fez certo ao mentir para preservar duas vidas? O que vale mais, em situação de conflito, que um soldado pagão saiba a verdade ou a vida de dois homens? Será que se Raabe tivesse dito a verdade, teria sido elogiada em Hebreus 11?

Por que quase tudo que se vende numa livraria cristã foi produzido nos últimos 50 anos, se nosso legado é de 2.000 anos de História do Cristianismo? O que aconteceu com os outros 19 séculos e meio?

Por que os cristãos creem que o homem foi nomeado por Deus como o responsável pela criação, e que tudo que Deus criou é bom, mas são os esotéricos os que mais lutam pela defesa do meio-ambiente?

Por que todos os ritmos de origem na raça negra até hoje são considerados por alguns como diabólicos?

Por que se canta tanto sobre coisas tão etéreas como “rios de unção” e “chuvas de avivamento”, ao passo que Jesus usava sempre figuras do cotidiano para ensinar, como sementes, pássaros e lírios?

Por que se amarra, todos os anos, tudo quanto é “espírito ruim” das cidades, fazendo marcha e tudo, mas as cidades continuam do mesmo jeito? Aliás, se os “espíritos ruins” já foram “amarrados” uma vez, por que todo ano eles precisam ser “amarrados” de novo?

Por que se canta todos os dias “Hoje o meu milagre vai chegar”? Afinal, ele não chega nunca? Que dia está sendo chamado de “hoje”?

Por que Jó não cantou “restitui, eu quero de volta o que é meu”, nem declarou ou amarrou nada, muito menos participou de “campanha de libertação” quando perdeu tudo?

Por que nós nunca vamos ao médico e pedimos, “doutor, dá pra queimar essa enfermidade pra mim por favor”? Por que então se ora pedindo isso pra Deus? Seria correto orar assim pra Deus curar alguém enfermo por causa de queimadura?

Por que não se faz um mega-evento evangélico, desses que reúnem um milhão de pessoas ou mais, pra fazer um mutirão para distribuir alimentos aos pobres ou ainda para recolher o lixo da cidade? Aliás, por que se emporcalha tanto as cidades com óleo e outras coisas nos tais “atos proféticos”? Não seria um melhor testemunho limpá-la ao invés de sujá-la?

Por que as rádios evangélicas tocam tanta coisa produzida por gravadoras ricas e nada produzido por artistas independentes?

Por que se faz apelo ao fim de uma “pregação” que não fez qualquer menção ao sangue, à cruz, ao arrependimento, ou sequer ao pecado?

Por que Deuteronômio 28:13 (“o Senhor te porá por cabeça, e não por cauda”) é tão citado, ao passo que I Coríntios 4:11-13 (“somos considerados como o lixo do mundo”) ninguém gosta de citar?
Será que ninguém percebe que algo anda muito errado com o evangelicalismo brasileiro?

Eu só queria saber…

Fonte: Pulpito cristão

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Será que Deus causa as nossas decisões?

 
 
Será que Deus causa as nossas decisões? Algumas delas? Nenhuma delas? Outra hora, discutirei a natureza da responsabilidade e da liberdade humanas. Mas aqui devemos encarar o fato de que as nossas decisões não são independentes de Deus e, que, portanto, a nossa definição de liberdade deve ser, de algum modo, consistente com a soberania de Deus sobre a vontade humana.

Na nossa avaliação da história da redenção, vimos que Deus causou as decisões livres de certas pessoas, como a dos irmãos de José (Gn 45.5-8), Ciro (Is 44.28) e a de Judas (Lc 22.22; At 2.23,24; 3.18; 4.27,28; 13.27). Portanto, não devemos nos deixar influenciar preconceituosamente pela idéia não-bíblica, mas popular, de que Deus nunca predestina as nossas decisões livres.

Ademais, vimos que Deus decreta os acontecimentos da natureza e os acontecimentos da nossa vida cotidiana. Como seria possível que tamanho envolvimento divino na nossa vida não acabasse por influenciar profundamente as nossas decisões? Deus nos fez, por dentro e por fora. Para nos fazer como somos, ele precisou controlar a nossa hereditariedade.

Assim sendo, ele nos deu os pais que temos, e seus pais e os pais deles. E para nos dar nossos pais, Deus precisou controlar muitas de suas decisões livres (como a decisão livre dos pais de Jeremias para se casarem) e os de seus pais e avós, etc. Além disso, vimos que Deus nos colocou no nosso ambiente, em situações que requerem de nós certas decisões. Ele decide quanto tempo iremos viver e faz acontecer nossos sucessos e fracassos, mesmo que esses acontecimentos dependam habitualmente de nossas livres decisões, em acrés¬cimo a fatores externos.

Negativamente, os propósitos de Deus excluem muitas decisões livres que seriam, de outra maneira, possíveis. Visto que Deus havia planejado levar José ao Egito, os seus irmãos não estavam, num sentido importante, livres para o matar, mesmo tendo, a certa altura, planejado fazê-lo. Golias também não podia matar Davi, nem Jeremias poderia ter morrido antes de nascer. Os soldados romanos também não podiam quebrar as pernas de Jesus quando ele estava pendurado naquela cruz, pois os profetas de Deus haviam declarado algo diferente.

No entanto, além dessas inferências, as Escrituras nos ensinam direta-mente que Deus causa as nossas decisões livres. Ele não somente predestina o que acontece conosco, como também o que escolhemos fazer.

A origem da decisão humana é o coração. Jesus diz que tanto as coisas boas quanto as más vêm do coração (Lc 6.45). Porém, esse coração está sob o controle de Deus: "Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina" (Pv 21.1). Certamente, como já vimos, é isso o que Deus fez com Ciro. Isso também é o que ele fez com o Faraó do Êxodo (Rra 9.17; cf. Êx 9.16; 14.4).

Deus dirige o coração, não somente de reis, mas de todas as pessoas (SI 33.15). Assim, ele controlou não somente o coração de Faraó, mas também o de todo o povo egípcio, dando a eles uma disposição favorável aos israelitas (Ex 12.36). A Escritura ressalta que essa mudança foi obra do Senhor. Ela menciona que Deus havia predito esse acontecimento no seu encontro com Moisés na sarça ardente (Ex 3.21,22).

Deus, que forma os propósitos do nosso coração, também decide os passos que devemos dar para cumprir esses propósitos:

O coração do homem traça o seu caminho, mas o SENHOR lhe dirige os passos. (Pv 16.9; cf. 16.1; 19.21)

De acordo com muitas passagens das Escrituras, Deus controla as nossas decisões e atitudes livres, predizendo frequentemente essas decisões muito antes de elas ocorrerem. Ele declarou que, quando os israelitas subissem a Jerusalém para as festas anuais, as nações inimigas não cobiçariam a sua terra (Ex 34.24). Deus estava afirmando que controlaria a mente e o coração daqueles pagãos para que, naquelas ocasiões, não causassem problemas ao povo de Israel.

Quando Gideão liderou o seu pequeno exército contra o acampamento midianita, "o SENHOR tornou a espada de um contra o outro, e isto em todo o arraial" (Jz 7.22). Durante o exílio, Deus "fez" um chefe oficial babilônico "conceder a Daniel misericórdia e compreensão" (Dn 1.9). Depois do exílio, o Senhor "os tinha alegrado, mudando o coração do rei da Assíria a favor deles (Israel)" (Ed 6.22).

No momento da crucificação de Jesus, os soldados decidiram livremente lançar sortes sobre a túnica de Jesus, em vez de rasgá-la. No entanto, Deus havia predestinado essa decisão: para se cumprir a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. (Jo 19.24, citando SI 22.18; cf. Jo 19.31-37).

O argumento de João foi que Deus não só sabia antecipadamente o que iria acontecer, mas, mais propriamente, que o acontecimento se deu para que as Escrituras pudessem ser cumpridas. De quem era a intenção de cumprir a Escritura por meio desse acontecimento? A causa primária da decisão dos soldados não foi a intenção deles, mas a intenção de Deus.

Os evangelhos afirmam, repetidas vezes, que certas coisas aconteceram para que as Escrituras se cumprissem. Muitos desses acontecimentos envolviam decisões livres de seres humanos (veja p. ex., Mt 1.20-23; 2.14,15, 22,23; 4.12-16). Em alguns casos, seres humanos (tais como o próprio Jesus em 4.12-16) podem ter tido a intenção consciente de cumprir as Escrituras. Em outros casos, eles não tinham essa intenção ou nem mesmo sabiam que estavam cumprindo as Escrituras (p. ex., Mt 21.1 -5; 26.55,56; At 13.27-29). Em todo caso, as Escrituras devem ser cumpridas (Mc 14.49).

O quadro que é formado por essa grande quantidade de passagens é que o propósito de Deus está por trás das livres decisões dos seres humanos. Frequentemente, e por vezes muito antes de o acontecimento ocorrer, Deus nos diz o que um ser humano decidirá livremente o que vai fazer.

O ponto aqui não é meramente que Deus tem conhecimento antecipado de um acontecimento, mas que ele está cumprindo o seu próprio propósito por meio dele. Esse propósito divino transmite uma certa necessidade (Gr. dei, cf. Mt 16.21; 24.6; Mc 8.31; 9.11; 13.7,10,14; Lc 9.22; 17.25; 24.26) à decisão humana para que realize o acontecimento predito.'' 
 
John Frame

domingo, 6 de novembro de 2011

John Bunyan - Um peregrino no mundo



"Caminhando pelo deserto deste mundo, parei num sítio onde havia uma caverna (a prisão de Bedford): ali deitei-me para descansar. Em breve adormeci e tive um sonho. Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e nas mãos um livro".

Faz séculos que João Bunyan assim iniciou o seu li­vro, o Peregrino. Os que conhecem as suas obras literárias podem testificar de que ele é, de fato, "o Sonhador Imor­tal" - "Estando ele morto, ainda fala". Contudo, enquanto miríades de crentes conhecem o Peregrino, poucos conhe­cem a história da vida de oração desse valente pregador.

Bunyan, na sua obra, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, nos informa que seus pais, apesar de vive­rem em extrema pobreza, conseguiram ensiná-lo a ler e es­crever. Ele mesmo se intitulou a si próprio de "o principal dos pecadores"; outros atestam que era "bem-sucedido" até na impiedade. Contudo, casou-se com uma moça de família cujos membros eram crentes fervorosos Bunyan era funileiro e, como acontecia com todos os funileiros, era paupérrimo; ele não possuía um prato nem uma colher - apenas dois livros: O Caminho do Homem Simples para os Céus e A Prática da Piedade, obras que seu pai, ao falecer, lhe deixara. Apesar de Bunyan achar algumas coisas que lhe interessavam nesses dois livros, somente nos cultos é que se sentiu convicto de estar no caminho para o Inferno.

Descobre-se nos seguintes trechos, copiados de Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, como ele lutava em oração no tempo da sua conversão:

"Veio-me às mãos uma obra dos 'Ranters', livro esti­mado por alguns doutores. Não sabendo julgar os méritos dessas doutrinas, dediquei-me a orar desta maneira: 'Ó Senhor, não sei julgar entre o erro e a verdade. Senhor, não me abandones por aceitar ou rejeitar essa doutrina cega­mente; se ela for de ti, não me deixes desprezá-la; se for do Diabo, não me deixes abraçá-la!' - e, louvado seja Deus, Ele que me dirigiu a clamar; desconfiando na minha pró­pria sabedoria, Ele mesmo me guarda do erro dos 'Ran­ters'. A Bíblia já era para mim muito preciosa nesse tempo."

"Enquanto eu me sentia condenado às penas eternas, admirei-me de como o próximo se esforçava para ganhar bens terrestres, como se esperasse viver aqui eternamen­te... Se eu pudesse ter a certeza da salvação da minha al­ma, como se sentiria rico, mesmo que não tivesse mais para comer a não ser feijão."

"Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: 'Ó Senhor, mostra-me, eu te rogo, que me amas com amor eterno!' Logo que clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: 'Eu te amo com amor eter­no!' Deitei-me para dormir em paz e, ao acordar, no dia se­guinte, a mesma paz permanecia na minha alma. O Se­nhor me assegurou: 'Amei-te enquanto vivias no pecado, amei-te antes, amo-te depois e amar-te-ei por todo o sem­pre'."

"Certa manhã, enquanto tremia na oração, porque pensava que não houvesse palavra de Deus para me sosse­gar, Ele me deu esta frase: 'A minha graça te basta'."O meu entendimento foi tão iluminado como se o Se­nhor Jesus olhasse dos céus para mim, pelo telhado da ca­sa, e me dirigisse essas palavras. Voltei para casa choran­do, transbordando de gozo e humilhado até o pó."

"Contudo, certo dia, enquanto andava no campo, a consciência inquieta, de repente estas palavras entraram na minha alma: 'Tua justiça está nos céus.' E parecia que, com os olhos da alma, via Jesus Cristo à destra de Deus, permanecendo ali como minha justiça... Vi, além disso, que não é o meu bom coração que torna a minha justiça melhor, nem que a prejudica; porque a minha justiça é o próprio Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre. As ca­deias então caíram-me das pernas; fiquei livre das angús­tias; as tentações perderam a força; o horror da severidade de Deus não mais me perturbava, e voltei para casa regozijando-me na graça e no amor de Deus. Não achei na Bíblia a frase: 'Tua justiça está nos céus.' Mas achei 'o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça, e santificação, e redenção' (1 Coríntios 1.30) e vi que a outra frase era ver­dade.

"Enquanto eu assim meditava, o seguinte trecho das Escrituras penetrou no meu espírito com poder: 'Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou.' Assim fui levantado para as al­turas e me achava nos braços da graça e misericórdia. An­tes temia a morte, mas depois clamei: 'Quero morrer.' A morte tornou-se para mim uma coisa desejável. Não se vive verdadeiramente antes de passar para a outra vida. 'Oh!' - pensava eu - 'esta vida é apenas um sonho em com­paração à outra!' Foi nessa ocasião que as palavras 'her­deiros de Deus' se tornaram tão cheias de sentido, que eu não posso explicar aqui neste mundo. 'Herdeiros de Deus!' O próprio Deus é a porção dos santos. Isso vi e disso me ad­mirei, contudo, não posso contar o que vi... Cristo era um Cristo precioso na minha alma, era o meu gozo; a paz e o triunfo por Cristo eram tão grandes que tive dificuldade em conter-me e ficar deitado."

Bunyan, na sua luta para sair da escravidão do vício e do pecado, não fechava a alma dos perdidos que ignora­vam os horrores do inferno. Acerca disto ele escreveu:

"Percebi pelas Escrituras que o Espírito Santo não quer que os homens enterrem os seus talentos e dons, mas antes que despertem esses dons... Dou graças a Deus, por me haver concedido uma medida de entranhas e compai­xão, pela alma do próximo, e me enviou a esforçar-me grandemente para falar uma palavra que Deus pudesse usar para apoderar-se da consciência e despertá-la. Nisso o bom Senhor respondeu ao apelo de seu servo, e o povo co­meçou a mostrar-se comovido e angustiado de espírito ao perceber o horror do seu pecado e a necessidade de aceitar a Jesus Cristo."

"De coração, clamei a Deus com grande insistência que Ele tornasse a Palavra eficaz para a salvação da alma... De fato, disse repetidamente ao Senhor que, se o meu enforca­mento perante os olhos dos ouvintes servisse para desper­tá-los e confirmá-los na verdade, eu o aceitaria alegremen­te."

"O maior anelo em cumprir meu ministério era o de en­trar nos lugares mais escuros do país... Na pregação, real­mente, sentia dores de parto para que nascessem filhos para Deus. Sem fruto, não ligava importância a qualquer louvor aos meus esforços; com fruto, não me importava com qualquer oposição."

Os obstáculos que Bunyan tinha de encarar eram mui­tos e variados. Satanás, vendo-se grandemente prejudica­do pela obra desse servo de Deus, começou a levantar bar­reiras de todas as formas. Bunyan resistia fielmente a to­das as tentações de vangloriar-se sobre o fruto de seu mi­nistério e cair na condenação do Diabo. Quando, certa vez, um dos ouvintes lhe disse que pregara um bom sermão, ele respondeu: "Não precisa dizer-me isso, o Diabo já cochi­chou a mesma coisa no meu ouvido antes de sair da tribuna."
Então o inimigo das almas suscitou os ímpios para ca­luniá-lo e espalhar boatos em todo o país, a fim de induzi-lo a abandonar seu ministério. Chamavam-no de feiticeiro, jesuíta, cangaceiro e afirmavam que vivia amancebado, que tinha duas esposas e que os seus filhos eram ilegítimos.

Quando o Maligno falhou em todos esses planos de des­viar Bunyan do seu ministério glorioso, os inimigos denunciaram-no por não observar os regulamentos dos cultos da igreja oficial. As autoridades civis o sentenciaram à prisão perpétua, recusando terminantemente a revogação da sen­tença, apesar de todos os esforços de seus amigos e dos ro­gos da sua esposa - tinha de ficar preso até se comprometer a não mais pregar.

Acerca da sua prisão, ele diz: "Nunca tinha sentido a presença de Deus ao meu lado em todas as ocasiões como depois de ser encerrado... fortalecendo-me tão ternamente com esta ou aquela Escritura até me fazer desejar, se fosse lícito, maiores provações para receber maiores consola­ções".

"Antes de ser preso, eu previa o que aconteceria, e duas coisas ardiam no coração, acerca de como podia encarar a morte, se chegasse a tal ponto. Fui dirigido a orar pedindo a Deus me fortalecesse com toda a força, segundo o poder da sua glória, em toda a fortaleza e longanimidade, dando com alegria graças ao Pai. Quase nunca orei, durante o ano antes de ser preso, sem que essa Escritura me entrasse na mente e eu compreendesse que para sofrer com toda a pa­ciência devia ter toda a fortaleza, especialmente para so­frer com alegria."

"A segunda consideração foi na passagem que diz: 'Mas nós temos tido dentro de nós mesmos a sentença de morte para que não confiássemos em nós mesmos, porém em Deus que ressuscita os mortos'. Cheguei a ver, por essa Escritura que, se eu chegasse a ponto de sofrer como devia, primeiramente tinha de sentenciar à morte todas as coisas que pertencem à nossa vida, considerando-me a mim mes­mo, minha esposa, meus filhos, a saúde, os prazeres, tudo, enfim, como mortos para comigo e eu morto para com eles.

"Resolvi, como Paulo disse, não olhar para as coisas que se vêem, mas sim, para as que se não vêem, porque as coisas que se vêem, são temporais, mas as coisas que se não vêem, são eternas. E compreendi que se eu fosse prevenido apenas de ser preso, poderia, de improviso, ser chamado, também, para ser açoitado, ou amarrado ao pelourinho. Ainda que esperasse apenas esses castigos, não suportaria o castigo de desterro. Mas a melhor maneira para passar os sofrimentos seria confiar em Deus, quanto ao mundo vindouro; quanto a este mundo, devia considerar o sepulcro como minha morada, estender o meu leito nas trevas, dizer à corrupção: Tu és meu pai', e aos vermes: 'Vós sois minha mãe e minha irmã' (Jó 17.13,14).

"Contudo, apesar desse auxílio, senti-me um homem cercado de fraquezas. A separação da minha esposa e de nossos filhos, aqui na prisão torna-se, às vezes, como se fosse a separação da carne dos ossos. E isto não somente porque me lembro das tribulações e misérias que meus queridos têm de sofrer; especialmente a filhinha cega. Mi­nha pobre filha, quão triste é a tua porção neste mundo! Serás maltratada, pedirás esmolas; passarás fome, frio, nudez e outras calamidades! Oh! os sofrimentos da minha ceguinha quebrar-me-iam o coração aos pedaços!"

"Eu meditava muito, também, sobre o horror ao Infer­no para os que temiam a Cruz a ponto de se recusarem a glorificar a Cristo, suas palavras e leis perante os filhos dos homens. Além do mais, pensava sobre a glória que Ele pre­parara para os que, em amor, fé e paciência, testificavam dele. A lembrança destas coisas serviam para diminuir a mágoa que sentia ao lembrar-me de que eu e meus queri­dos sofriam pelo testemunho de Cristo".

Nem todos os horrores da prisão abalaram o espírito de João Bunyan. Quando lhes ofereciam a sua liberdade sob a condição de ele não pregar mais, respondia: "Se eu sair hoje da prisão, pregarei amanhã, com o auxílio de Deus".

Mas se alguém pensar que, afinal de contas, João Bu­nyan era apenas um fanático, deve ler e meditar sobre as obras que nos deixou: Graça Abundante ao Principal dos Pecadores; Chamado ao Ministério; O Peregrino; A Pere­grina; A Conduta do Crente; A Glória do Templo; O Peca­dor de Jerusalém é Salvo; As Guerras da Famosa Cidade de Alma-humana; A vida e a Morte de Homem Mau; O Sermão do Monte; A Figueira Infrutífera; Discursos Sobre Oração; O Viajante Celestial; Gemidos de Uma Alma no Inferno; A Justificação é Imputada, etc.

Passou mais de doze anos encarcerado. É fácil dizer que foram doze longos anos, mas é difícil conceber o que isso significa - passou mais da quinta parte da sua vida na prisão, na idade de maior energia. Foi um quacre, chamado Whitehead, que conseguiu a sua libertação. Depois de liberto, pregou em Bedford, Londres, e muitas outras cida­des. Era tão popular, que foi alcunhado de "Bispo Bu­nyan". Continuou o seu ministério fielmente até a idade de sessenta anos, quando foi atacado de febre e faleceu. O seu túmulo é visitado por dezenas de milhares de pessoas.

-  Como se explica o êxito de João Bunyan? O orador, o escritor, o pregador, o professor da Escola Dominical e o pai de família, cada um conforme o seu ofício, pode lucrar grandemente com um estudo do estilo e méritos de seus es­critos, apesar de ele ter sido apenas um humilde funileiro, sem instrução.

- Mas como se pode explicar o maravilhoso sucesso de Bunyan? Como pode um iletrado pregar como ele pregava e escrever num estilo capaz de interessar à criança e ao adulto; ao pobre e ao rico; ao douto e ao indouto? A única explicação do seu êxito é que "ele era um homem em cons­tante comunhão com Deus". Apesar de seu corpo estar preso no cárcere, a sua alma estava liberta. Porque foi ali, numa cela, que João Bunyan teve as visões descritas nos seus livros - visões muito mais reais do que os seus perse­guidores e as paredes que o cercavam. Depois de desapare­cerem os perseguidores da terra e as paredes caírem em pó, o que Bunyan escreveu continua a iluminar e alegrar a to­das as terras e a todas as gerações.

O que vamos citar mostra como Bunyan lutava com Deus em oração:

"Há, na oração, o ato de desvelar a própria pessoa, de abrir o coração perante Deus, de derramar afetuosamente a alma em pedidos, suspiros e gemidos. 'Senhor', disse Da­vi, 'diante de ti está todo o meu desejo e o meu gemido não te é oculto' (Salmo 38.9). E outra vez: 'A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresen­tarei ante a face de Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma!' (Salmo 42.2-4). Note: 'Derramo a minha alma!' é um termo demonstrativo de que em oração sai a própria vida e toda a força para Deus".

Em outra ocasião escreveu: "As melhores orações con­sistem, às vezes, mais de gemidos do que de palavras e estas palavras não são mais que a mera representação do co­ração, vida e espírito de tais orações".

Como ele insistia e importunava em oração a Deus, é claro no trecho seguinte: "Eu te digo: Continua a bater, chorar, gemer e prantear; se Ele se não levantar para te dar, porque és seu amigo, ao menos por causa da tua im­portunação, levantar-se-á para dar-te tudo o que precisares".

Sem contestação, o grande fenômeno da vida de João Bunyan consistia no seu conhecimento íntimo das Escritu­ras, as quais amava; e na perseverança em oração ao Deus que adorava. Se alguém duvidar de que Bunyan seguia a vontade de Deus nos doze longos anos que passou na prisão de Bedford, deve lembrar-se de que esse servo de Cristo, ao escrever O Peregrino, na prisão de Bedford, pregou um ser­mão que já dura quase três séculos e que hoje é lido em cento e quarenta línguas. É o livro de maior circulação de­pois da Bíblia. Sem tal dedicação a Deus, não seria possí­vel conseguir o incalculável fruto eterno desse sermão pre­gado por um funileiro cheio da graça de Deus!
Fonte: Textos Puritanos


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Crente e o Divórcio



Em que condições o crente pode se divorciar e casar novamente? Pastores divorciados. Como lidar com a questão? Como a Bíblia trata a questão da violência doméstica? E mais: Pecados sexuais, hipocrisia, aconselhamento pastoral e divórcio pedagógico.

Participam do debate no estúdio o Pastor Carlos Bregantim, da Comunidade Caminho da Graça - cujo líder é o Rev. Caio Fábio - e o Reitor do Seminário Bíblico Palavra da Vida, Pr. Carlos Osvaldo.

Participações especiais do Rev. Hernandes Dias Lopes e pastores de Igreja Internacional da Graça de Deus e comunidades pentecostais e batistas.

Direção e Moderação de Danilo Fernandes.







Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...