quarta-feira, 30 de junho de 2010

Religião ou salvação ?

Há uma grande diferença entre religião e salvação, há muitas religiões, mas só um Evangelho.


Religião vem do homem; Evangelho e salvação é revelação de Deus por meio de Jesus Cristo.

Religião é o ópio do povo; salvação é presente de Deus ao homem perdido.

Religião é história do homem pecador, que precisa fazer alguma coisa para seu deus imaginado. O Evangelho nos diz o que o Deus Santo fez pelo homem pecador.

Religião procura um deus; o Evangelho são as Boas Novas de que Jesus Cristo procura o homem que se encontra em caminho errado."Porque o Filho do homem veio salvar o que estava perdido" (Mateus 18.11).

A religião dá ênfase em fazer alguma coisa, boas obras; o Evangelho muda o homem por dentro, através da presença do Espírito Santo em seu coração."...E assim habite Cristo nos vossos corações, pela fé" (Efésios 3.17)."Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Coríntios 3.16).

Nenhuma religião tem um Salvador ressuscitado, que dá perdão dos pecados e vida eterna, só Jesus Cristo ressuscitou.

Por isso, meu amigo, dirija-se só a Jesus Cristo. Ele é o único que pode perdoar os seus pecados e lhe dar vida nova aqui e vida eterna no porvir."Crê no Senhor Jesus, e serás salvo" (Atos 16.31). "...E o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7).

terça-feira, 29 de junho de 2010

Quero ver provar, que Deus não existe

Esta eu pesquei na Super Interessante deste mês e é para deixar o famoso ateísta e cientista Richar Dawkins de cara amarrada. A revista diz mais ou menos assim: “Se por um lado, para alguns cientistas é impossível admitir que certas coisas acontecem por causa de Deus, por outro, é impossível para a ciência provar que Deus não existe”.


Essa afirmação - que é pura ciência - é uma espécie de tiro no pé dos cientistas que ainda não se convenceram de que uma realidade cósmica tão bem planejada [isso mesmo, planejada] não pode ser obra do acaso, ou do caos, de uma explosão como o Big Bang. Consideremos o “grande boommm”: seria muita ingenuidade achar que a disposição perfeita dos planetas e galáxias [pelo menos como conhecemos hoje] e ainda as condições perfeitas da Terra para a existência de vida tenham sido obra do caos. Francamente, é difícil de engolir essa. Muito mais difícil do que acreditar que existe um Criador superior, que, por misericórdia [ou por amor, prefiro eu], nos deu, inclusive, a capacidade pensante de duvidar Dele.

A “culpa” pela incapacidade da ciência de provar a existência é de Galileu Galieli, autor do “método científico”, adotado pelos pesquisadores. A lógica é a seguinte: em vez de simplesmente especular sobre as coisas, Galilei criou um método mais rigoroso. São quatro etapas e só passando por elas é possível se chegar a uma conclusão irrefutável. As etapas são: Observação [Olhe e perceba algo notável]; Pergunta [O que é?, por exemplo]; Hipótese [busque uma provável resposta]; Experiência [faça um teste em circunstâncias controladas para confirmar ou negar a hipótese]. E agora José? Quero ver um cientista provar que Deus não existe? Cadê a prova da sua não existência? Onde procurá-la? E mais: como seria possível criar um teste para medir a existência de Deus?

O problema para os pesquisadores, frisa a Super, “é que a ciência, ao contrário da igreja, não prova as coisas pela negativa [só explicando: um milagre é reconhecido pelo Vaticano quando a ciência NÃO consegue explicar o fato]. Para a ciência, a inexistência de provas não é uma prova de inexistência. Ainda segundo a Super, “a única coisa que a ciência pode fazer é afastar Deus do nosso dia a dia, explicando o Universo e todas as coisas de forma lógica e racional em vez de atribuí-las a fenômenos sobrenaturais. Mas daí a dizer que Deus não existe, vai uma enorme distância.

Fonte: [ Púlpito Cristão ]

domingo, 27 de junho de 2010

Razões porque o código da Vinci é uma farsa





1. O sucesso do livro se deve não a sua qualidade, mas a um forte trabalho de marketing para lucrar com a ignorância e a ingenuidade das pessoas



Dan Brown, autor desse livro de ficção que se pretende sério, já é considerado por muitos especialistas um dos mais bem-sucedidos farsantes literários da história. Isso porque os milhões de exemplares vendidos de “ O código da Vinci” não se devem a sua qualidade, mas as falsas informações que tenta vender como verdades no livro.



O Código da Vinci é uma obra de ficção, mas o problema é que o autor apresenta nela muitas afirmações mentirosas sobre a história, religião e arte, e ainda afirma que elas são verdadeiras. No começo do livro, ele declara que é uma história de ficção, mas as informações nelas contidas são verdadeiras. Brown diz que é fruto de pesquisas feitas em bibliotecas. Essa afirmação levou o autor a ser bombardeado por uma serie de criticas. Na época, alguns chegaram a dizer que os especialistas estavam levando muito a sério uma mera e fraca obra ficcional. Por isso, o assunto já estava prestes a morrer, quando a editora do livro viu a possibilidade de lucrar com a polêmica.



Quando editores viram os depoimentos de líderes católicos romanos e evangélicos criticando a pretensão de Brown em tornar verdadeiras informações falsas, começaram a fazer o seguinte marketing:


Porque eles estão preocupados com as informações dessa obra?



Não seria porque são verdadeiras?


Tal atitude despertou a ira dos especialistas e cristãos, e recomeçou o bombardeio ao livro. Como resultado, as vendas de O Código da Vinci começaram a subir, porque, em meio à polêmica, com a exposição do assunto ma mídia, a curiosidade das pessoas foi despertada.

Os especialistas e cristãos pediram uma retratação do próprio Brown sobre o assunto. Porém, para surpresa de todos, em entrevista, ele resolveu se mostrar que era mesmo mal intencionado. Em novembro de 2003, no programa Good Morning America da rede de televisão ABC, surpreendendo a todos. Brown sustentou pela primeira vez que as relações do livro eram todas verdadeiras. Isso irritou os especialistas, porque com essa declaração ele estava admitindo perante eles que era um farsante e, por outro lado, impressionou os ingênuos, que passaram a embarcar no que dizia o marketing do livro.

Seja como for, o objetivo de Brown é claro- lucrar com a ignorância das pessoas. Não é à toa que o livro faz tanto sucesso entre pseudointelectuais.



2. Ele desonra a Jesus e à bíblia

Como se não bastasse as falsas afirmações e a má intenção, o livro e o filme desonram a Cristo e à bíblia. O evangelho de Maria Madalena é uma velha conhecida fraude gnóstica( seita dos primeiros séculos da era cristã), mas Brown admite o texto como verdadeiro. Ele diz que Jesus era casado com Maria Madalena e tinha filhos. Afirma ainda tresloucamente que os evangelistas( Mateus, Marcos Lucas e João) esconderam a história do casamento de Jesus e a importância de Maria Madalena, e por aí vai.

Uma ofensa a Jesus e aos evangelhos ...



Tem como levar a sério um livro desse tipo? Totalmente contraditório!



Acho que nem Brown mais, sabe distinguir entre mentira e verdade, entre fábulas e fatos históricos.

Fonte [ A sedução das novas teologias]

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O diabo agora é soberano ?


                                                   
                                                   Por: John MacArthur




Outro dia recebi uma carta interessante. Ela veio de algumas pessoas que saíram de uma igreja carismática (muito grande e proeminente), e vieram para a Grace Community Church.


Esse foi um salto gigantesco — deixar aquela igreja e vir para a Grace Church. A única coisa que eles sabiam em sua igreja sobre mim era que eu não tinha o poder do Espírito Santo. Isso era tudo o que sabiam — que eu não cria na continuação dos dons, de forma que não tinha o poder do Espírito Santo.

Eles não sabiam muito mais sobre a nossa igreja, mas numa ocasião vieram visitar a Grace, e nunca mais a deixaram... Havia várias pessoas que estavam nesse grupo que veio, e uma das senhoras me escreveu uma carta muito interessante. Era uma carta incrivelmente bem escrita... E na carta, o apresentado foi isso:

Quando você pensa no movimento carismático em geral, você pensa no falar em línguas, nas curas, ou em Benny Hinn derrubando as pessoas, e coisas assim. Mas existem algumas coisas por trás da cosmovisão carismática que são realmente muito, muito aterrorizantes. E ela colocou isso na carta. Ela disse:

Você sabe que vivemos toda a nossa vida nesse movimento e uma coisa que domina esse movimento é isso: que Satanás é soberano. Se você adoece, foi o diabo. Se seu filho fica doente, foi o diabo. O diabo fez seu filho adoecer. E mesmo que seu filho morra, Satanás de alguma forma tem a vitória. Se o seu cônjuge, seu marido ou esposa desenvolve um câncer, foi o diabo que fez isso. Se você sofre um acidente, o diabo fez isso. Se perde o seu emprego, foi o diabo também. Se as coisas não saem da forma como você queria na sua empresa ou família, e você termina perdendo o seu emprego ou se divorciando — o diabo fez tudo isso. O diabo precisa ser amarrado e assim, você precisa aprender essas fórmulas, pois você tem que prender o diabo, ou ele realmente irá controlar tudo em sua vida.

O diabo domina tudo, e ele é assistido por essa força massiva de demônios que devem ser confrontados também, e você precisa fazer tudo o que .pode para tentar vencer esses poderes espirituais, e como eles são invisíveis, rápidos e poderosos, é realmente impossível que você lide com eles de uma vez por todas, de forma que essa é uma luta contínua e incessante com o diabo.

E a senhora na carta disse basicamente isso: “Vivemos toda a nossa vida pensando que tudo o que fazemos de errado no universo inteiro foi basicamente por causa do diabo. O diabo é realmente soberano em tudo e mesmo Deus, juntamente conosco, está na verdade lutando como louco para vencer o diabo."



Ela disse:



"Eu vivia com palpitações no coração, ataques de pânico, ansiedade, pesadelos — andando no meio da noite com medo que o diabo poderia estar fazendo algo com meu filho, quando ele ia se deitar. Eu vivia nesse constante terror do que Satanás estava fazendo; quando a pessoa errada era eleita, foi Satanás quem o colocou ali. Quando a sociedade tomava certa direção, era tudo sob o controle de Satanás. Satanás é realmente o soberano de todas as coisas e é muito difícil tirar o controle dele — mesmo Deus está retorcendo Suas mãos, tentando obter o controle dessa situação.


Eu vivia com esse medo e terror, pois levava minha igreja muito a sério." E ela disse: "Cheguei na Grace Commumty Church e uma coisa me chocou totalmente. Você disse:


“O fato é: Deus está no controle de todas as coisas!... Quando você adoece, ou quando alguém desenvolve um câncer, ou quando algo errado se passa no mundo, ou quando você perde o seu emprego, isso não está fora das tolerâncias de Deus, isso não está fora dos propósitos de Deus. De tato, Deus faz com que todas as coisas cooperem para o bem.”


Isso foi absolutamente abalador. Foi uma mudança total para nós, e a diferença que encontramos foi tão poderosa, que mudou totalmente a forma como pensamos sobre a vida."


É isso! Nós não cremos que Satanás seja responsável pela história; cremos que Deus está no controle. Isso muda tudo. Isso dissipa todo pânico. Posso honestamente dizer que nunca tive um ataque de pânico. Nunca acordei de noite com medo do que o diabo poderia estar fazendo, pois Deus não somente venceu Satanás, mas colocou Satanás debaixo dos nossos pés, e "maior é o que está em vós do que o que está no mundo" (1 João 4:4). Assim, sabemos que Deus controla a história. E isso pode surpreender você, mas o diabo é servo de Deus.




Obs - Josemar Bessa: Lutero dizia: "O diabo é o diabo de Deus" - Deus não tem rivais - Soli Deo Gloria!






Autor: John MacArthur


Fonte: [ Josemar Bessa ]



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Um falso conceito de felicidade: "Se consigo o que desejo sou feliz!"




"Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho; o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano próprio e não se retrata; o que não empresta o seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado. Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente. Quanto aos santos que há na terra, são eles os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer. Muitas serão as penas dos que trocam o SENHOR por outros deuses; não oferecerei as suas libações de sangue, e os meus lábios não pronunciarão o seu nome. O SENHOR é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo da minha sorte. Caem-me as divisas em lugares amenos, é mui linda a minha herança. Bendigo o SENHOR, que me aconselha; pois até durante a noite o meu coração me ensina. O SENHOR, tenho-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita, não serei abalado. Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu corpo repousará seguro. Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente." (Sl 16)



       Todo o falso conceito gera algum prejuízo. Por exemplo, se alguém não soubesse o que realmente é um alimento acabaria por tentar mastigar e engolir algo que enfim não é apropriado. Com certeza isto lhe traria sérios danos. Algo semelhante acontece com o conceito que em geral as pessoas têm do que seja a verdadeira felicidade. O que se ouve normalmente é que alguém é feliz se tiver os seus gostos satisfeitos. Ouço muitas vezes a frase seguinte e outras semelhantes: “Quando alcançar meus sonhos serei feliz!”. Ou seja, a felicidade para a maioria das pessoas está no que elas querem, no que elas desejam. É assim que você tem pensado? Você tem acreditado que se seus relacionamentos, seu casamento, suas finanças, enfim, as várias áreas de sua vida fossem de acordo com sua expectativa você seria feliz? Bem, assim as pessoas tem crido. No entanto eu preciso lhe dizer que isso é falso. E como disse antes, sendo falso de forma alguma lhe trará felicidade, mas ao contrário, apenas lhe trará decepção e prejuízo. Quero neste breve texto mostrar a você a falsidade deste entendimento, como também mostrar-lhe, com a graça de Deus, o verdadeiro conceito de felicidade . Tomo por base a Bíblia, a Palavra de Deus. Por favor reflita comigo sobre este assunto. Você não tem nada a perder se gastar algum tempo nesta leitura.

     É falso o conceito que afirma que é feliz quem tem o que quer. E isso pelo seguinte motivo: Porque a raiz do querer humano não e boa. Imagine o seguinte caso: Um homem desequilibrado mentalmente deseja muito voar e acredita que o pode. Sente que ao lançar-se de um alto prédio poderá voar, e que quando isso acontecer será o homem mais feliz da Terra. Suponhamos ainda que o pobre homem consiga seu intento. Eu lhe pergunto: Ele conseguirá a felicidade esperada? Evidentemente que não, mas em vez disso ele encontrará a morte. Agora eu lhe pergunto: De onde veio o desejo do homem que acabou por levá-lo a morte? Resposta: De seu desequilíbrio mental. Se você impedisse tal homem de tentar voar estaria fazendo um bem a ele, não é verdade? Porém estaria fazendo-lhe um terrível mal se o incentivasse dizendo a ele que deveria seguir seu intento, pois ser feliz é fazer o que se deseja.



     Imaginemos ainda um segundo exemplo hipotético: Uma criança deseja muito uma faca. Achou-a muito bonita e atraente querendo muito brincar com ela. A criança acredita que será muito divertida a brincadeira. Eu lhe pergunto: Você daria a faca a criança? É evidente que não. Mas pergunto-lhe ainda: De onde vem o desejo da criança? Resposta: De sua incapacidade infantil de discernir os perigos. A criança não entende que a faca é um instrumento perigoso, e que assim não pode ser usada em uma brincadeira.

    Mas passemos a um terceiro exemplo: Suponhamos que um médico cirurgião em meio a um delicado procedimento cirúrgico se veja diante de uma complicação inesperada. Ele precisa tomar uma decisão. Ele sabe que uma decisão errada poderá matar o paciente. Então baseado em seus conhecimentos, experiência, e perícia, ele toma a decisão certa e salva a pessoa. Eu lhe pergunto: Qual a raiz de sua ação bem sucedida e correta? Resposta: Seus conhecimentos, experiência e perícia.

    Os exemplos acima nos mostram que a raiz de um desejo, vontade ou decisão, determinará se o resultado será benéfico ou maléfico, se de fato haverá a felicidade sonhada ou não. Bem, meu caro leitor, permita-me mostrar-lhe alguns textos da Palavra de Deus que mostram que a raiz de nossos desejos, ou seja, nosso coração, não é boa, mas má. Vejamos:

   “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”. (Gn 6:5).



   “E o SENHOR aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz”. (Gn 8:21).

   “Então, lhes disse: Assim vós também não entendeis? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e sai para lugar escuso? E, assim, considerou ele puros todos os alimentos. E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” (Mc 7:18-23).

   “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Rm 3:9-18).



    Todos estes textos nos mostram o que normalmente as pessoas não estão dispostas a aceitar: A raiz de nossos desejos é má. Dessa forma, lembrando os exemplos anteriores, não vamos encontrar a felicidade seguindo nossos desejos. Ao contrário, se fizermos isso encontraremos a morte. A sociedade atual é prova disso. Vemos os homens e mulheres seguirem seus desejos. E vejam, é seguindo seus desejos que eles tiram vantagem, mentem, traem, roubam, desrespeitam as autoridades, matam, usam drogas, abandonam suas famílias, suas esposas, seu filhos, se tornam avarentos, orgulhosos, egoístas, invejosos, lascivos, etc. Ora, a maldade e o caos prevalecente nada mais é que o resultado dos desejos dos homens e mulheres. Diante disso como é possível alguém achar que a felicidade está em nosso desejos, em nossa vontade, em nossos sonhos? Oh meu amigo este é um grande engano. E este engano é que está trazendo todo este caos.



   Na verdade os textos bíblicos anteriores nos mostram que o coração dos homens não temem, não amam a Deus. Esta é a essência do pecado. Desde que o pecado entrou no mundo os seres humanos buscam a felicidade fora de Deus (Leia Gênesis 3). Eles de coração não amam a Deus, e este coração só deseja o que Deus não deseja. Todavia foi Deus quem criou o homem, e o fez para que este servisse a Ele e vivesse para sua glória, tendo-o como Único Deus. É aqui que está a verdadeira felicidade: em ter o Senhor como Deus. Mas desda queda no pecado a humanidade se tornou pecaminosa, anti-Deus, e seus desejos são anti-Deus.


    Mas há uma gloriosa mensagem: Em Cristo, Deus está chamando um povo para si. Em Cristo, Deus esta mudando o coração dos homens, dando-lhes uma nova natureza (Jo 3:1-16). A estes Ele está dando fé e arrependimento (Ef 2 :1-10, At 5:31; 11:18). Deus está em Cristo transformando um povo pecador em um povo que o ama e que seja zeloso de boas obras (Ef 2:10, Tt 2:14). Ele dá seu Espírito a este povo e lhe concede seu fruto santo, livrando-o da obras da sua natureza pecaminosa (Gl 5:16-26). A alegria deste povo está em Deus (Sl 16:11, Mt 5:1-12). Estas pessoas descobriram que a alegria não está em seus desejos longes de Deus, mas em sua submissão a Deus. A alegria deles é a glória de Deus. É ver Deus honrado por suas vidas. Portanto, para eles não importa que sofram nesta vida se isto for para honrar a Deus (At 5:41), pois para eles Deus é o maior bem (Sl 16:2). Eles servem a Deus com alegria (Sl 100:2). Um dia eles estarão para sempre com o Senhor, e então não haverá nenhuma lágrima. Lá eles serão povo de Deus e Deus será o Deus deles (Ap 21 e 22). Nesta esperança eles vivem (Jo 14:1-6, I Jo 3:1-3). A riqueza deles é espiritual e eterna, e não material (Mt 5:19-21; I Jo 2:15-17).


    Amigo eu lhe afirmo que esta é a felicidade. Deus é a felicidade, e não nossos desejos egoístas contrários a vontade Dele. Não se iluda, quem coloca Deus para fora de sua vida esta como aquele homem desequilibrado do exemplo que dei: pensa que pode voar e ser feliz, mas não passa de um louco que por fim só encontrará a destruição. Mas quem volta-se para Deus é são. Eu lhe aconselho a que procure conhecer mais deste caminho de felicidade real. Procure conhecer quem é Jesus Cristo. Ele se manifesta na Bíblia. Ele também se manifesta pelos fieis pregadores que apresentam a você a mensagem de Cristo conforme as Escrituras ensinam. Procure ouvi-los, frequente uma Igreja onde a Bíblia é ensinada fielmente. Mas afaste-se dos falsos profetas. Leia também com atenção os textos deste Blog e dos outras sites e blogs que aqui indicamos. Enfim meu amigo e amiga, busque conhecer a Cristo, pois Nele está a felicidade, Nele está Deus. Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14:6).



Autor: Coelho Jr.


Fonte: [ A verdade está na Bíblia ]

José Saramago: O Crítico de Deus !



Morre José Saramago, escritor, crítico da Bíblia, da fé cristã e de Deus.





O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa em Lanzarota, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira (18-06-2010).


A informação foi passada à agência de notícias EFE pela família do escritor de “Ensaio sobre a cegueira”. O escritor português era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura.

O autor era tido como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época.

O polêmico escritor e dramaturgo português, José Saramago, afirmou neste domingo, em Penafiel, que “a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana”. Para José Saramago, “Deus só existe na nossa cabeça”.

“Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!”, disse o escritor, numa entrevista concedida à Agência Lusa, a propósito do lançamento mundial do seu novo livro, intitulado “Caim”, que ocorre hoje na cidade portuguesa.

“A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!”, afirma o Nobel da Literatura de 1998, para quem não existe nada de divino na Bíblia, nem no Corão.

“O alcorão, que foi escrito só em 30 anos, é a mesma coisa. Imaginar que o alcorão e a Bíblia são de inspiração divina? Francamente! Como? Que canal de comunicação tinham Maomé ou os redatores da Bíblia com Deus, que lhes dizia ao ouvido o que deviam escrever? É absurdo. Nós somos manipulados e enganados desde que nascemos!” afirmou.

Saramago frisou que “as guerras de religião estão na História, sabemos a tragédia que foram”.

Considerou que as Cruzadas são um crime do Cristianismo, morreram milhares e milhares de pessoas, culpados e inocentes, ao abrigo da palavra de ordem ‘Deus o quer’, assim como acontece hoje com a Jihad (Guerra Santa).

Saramago lamenta que todo esse “horror” tenha feito em nome de “um Deus que não existe, nunca ninguém o viu”.

“O teólogo Hans Kung disse sobre isto uma frase que considero definitiva, que as religiões nunca serviram para aproximar os seres humanos uns dos outros. Só isto basta para acabar com isso de Deus”, afirmou.

Salientou ainda que “no Catolicismo os pecados são castigados com o Inferno eterno. Isto é completamente idiota!”.

“Nós, os humanos somos muito mais misericordiosos. Quando alguém comete um delito vai cinco, dez ou 15 anos para a prisão e depois é reintegrado na sociedade, se quer”, disse.

“Mas há coisas muito mais idiotas, por exemplo: antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”, perguntou.

Para José Saramago, “Deus só existe na nossa cabeça, é o único lugar em que nós podemos confrontar-nos com a ideia de Deus. É isso que tenho feito, na parte que me toca”.


Acabou a Alegria?



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O escritor português e Prémio Nobel da Literatura em 1998 José Saramago morreu hoje aos 87 anos em Lanzarote. De fato, foi uma grande perda para a Literatura mundial. Sem a menor sombra de dúvidas Saramago foi um dos maiores escritores de todos os tempos.

Contudo, Saramago não cria em Deus. Certa feita ao ser questionado se a doença havia mudado a sua percepção de Deus, o famoso escritor , respondeu perguntando “por que mudaria?”, acrescentando que foram os médicos e a sua mulher que o salvaram.

“Por que precisamos de Deus? Nós o vimos? A Bíblia demorou 2000 anos para ser escrita e foi redigida por homens”, declarou. Além disso, ele ainda disse que a Bíblia é um “desastre”, cheia de “maus conselhos, como incestos, matanças”. Saramago também afirmou que foi o homem quem inventou Deus, o Diabo e o purgatório, que “hoje está desqualificado”.

Pois é, Saramago acabou de descobrir que o Senhor Deus está vivo. A cegueira por ele fabricada durante toda a sua existência, definitivamente acabou.

O grande pensador, agora verdadeiramente enxerga que o Senhor criador dos céus e da terra reina soberanamente e que há de julgar todos os homens segundo os seus delitos e pecados.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Deitado eternamente em berço esplêndido...





Impressionante vermos a inconsistência do povo Brasileiro. Estamos em ano de Copa e, de repente, saem do armário milhões de patriotas prontos a defender seu país. Entretanto, esse patriotismo se traduz em apenas torcer pelo Brasil na Copa do Mundo. O brasileiro trata com desprezo temas de suma relevância como a política, que, no velho adágio popular, juntamente com o futebol e a religião, "não se discutem".


Esquecemos que é ano de eleições, que este ano compareceremos às urnas para decidir o futuro do nosso estado e do nosso país pelos próximos quatro anos. Deixamos de lado que estaremos constituindo os nossos representantes, que irão: criar as leis federais e estaduais que somos obrigados a cumprir; fiscalizar o dinheiro público que se destina ao serviço da coletividade; que cuidarão da relação do nosso país com os demais países; que se tornarão a nossa voz para defender nossos direitos e interesses contra a injustiça; que aplicarão recursos do estado para cuidar da nossa saúde, segurança, educação... É importante, não é?

Estamos todos prontos a defender a nossa escalação da seleção, conhecemos o nome de todos os jogadores, o que fazem, como jogam, em que time e posição jogam, se deveriam ser ou não convocados para integrar a seleção, se estão passando por uma boa ou má fase... Somos técnicos à distância... Torcedores apaixonados... Canarinhos de alma. Mas será que damos a mesma atenção àqueles que comandarão nosso futuro, a quem damos muito poder sobre nossas vidas nessa chamada democracia?

Agora você...

Você se lembra em quem votou nas últimas eleições federais e estaduais? Você sabe o que seus candidatos fizeram e estão fazendo? Você se recorda dos compromissos por eles assumidos durante a campanha, se eles foram cumpridos durante o mandato e se eles chegaram a cumprir todo o mandato para o qual foram eleitos? Você sabe quais cargos iremos ajudar a preencher em outubro? Você sabe qual a importância de cada vaga eletiva e para que serve cada cargo na administração do país? Você já começou a se preocupar com quem vai eleger, se tem algum motivo para ser ou não votado, etc? O que você leva em conta na hora de escolher um candidato?

Assustador darmos tanto relevo a uma seleção desportiva que não é eleita por voto popular, não tem importância alguma para nossa vida, nossos relacionamentos, nossa família, nossa fé, nossos bairro, cidade, estado, país, trabalho... e, principalmente, que, ganhando ou perdendo, não pesa em nada no nosso bolso (como se tudo o mais não fosse importante para você).

A seleção não vai lutar para garantir sua segurança, não vai enfrentar os bandidos, não vai comprar a vacina para o seu cachorro, ou levar seu filho ao posto de saúde; ela não vai comprar remédios para os enfermos de sua casa, cadernos e material escolar para seus filhos, melhorar o transporte público que você usa para trabalhar ou tapar os buracos das rodovias.

Nada contra ser torcedor. Mas tudo que é importante deve ter seu devido lugar em nossas vidas. Daqui a pouco a TV vai silenciar sobre os escândalos, o dinheiro vai rolar nos bastidores para ajudar nisso, a lábia eleitoreira vai inventar revelações dos púlpitos das igrejas, o povo vai se rasgar e encher a cara, as ruas vão estar com os buracos tapados de verde e amarelo, o grito da torcida vai abafar o gemido dos agonizantes do SUS, a violência vai continuar fazendo vítimas, crianças vão continuar mendigando nos semáforos e sendo assediadas para o mundo das drogas... Mas Galvão Bueno vai gritar “Gooool!” na televisão e tudo o mais desvanece.

Que bom! Assim podemos deixar de lado a chatice da política, liberar o grito de euforia, correr pra o abraço e encontrar um bom lugar no picadeiro, para assistir ao espetáculo de pão e circo de cada quatro anos, com o qual nos presenteia a mídia... Afinal, temos sido brasileiros, “com muito orgulho e com muito amor” e estamos deitados “eternamente em berço esplêndido”.

“Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus.” - Efésios 5.14-16



Autor: Avelar Ir.


Fonte: [ Púlpito Cristão ]

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Jesus do evangelho é o verdadeiro



As especulações a respeito de Jesus que não se enquadram no evangelho, não são duradouras, nem servem de exemplo, a longo prazo, para a igreja, porque o evangelho dá todas as diretrizes a respeito de Jesus. Muitas especulações e filosofias humanas surgem a respeito de Jesus, mas sem o apoio dos evangelhos, elas vem pelo desejo de desligar Jesus das tradições adotadas pela igreja e enquadrá-lo nesse mundo de forma previsível e condescendente.

Quando a igreja é instruída a não confiar no Jesus dos evangelhos e a procurar outras versões humanas de Cristo, o verdadeiro Jesus é obscurecido e enfraquecido de modo a  não mais poder desvencilhar-se das tradições não bíblicas nas quais foi enredado.

Luke Timothy, diz a respeito disso:

A igreja age como se fosse vitoriosa ou trata seu povo de modo arrogante? É um agente de supressão das necessidades e aspirações humanas? Aigreja proclama um evangelho de sucesso material, apresentando Jesus como seu sócio mais competente? Encoraja um sistema de prosperidade a ponto de abandonar os homens de bem da terra, ou defende uma espiritualidade individualista a ponto de abandonar os pobres desse mundo? Seus líderes são corruptos e opressores? Essas distorções do cristianismo não encontram nenhum critico mais mordaz, nenhum opositor mais radical que  o Jesus descoberto somente nas paginas do Novo testamento, o Jesus que se esvaziou a favor de outros e pediu que seus seguidores fizessem o mesmo. O Jesus a quem Francisco de Assis suplicou em seu apelo por uma igreja pobre e generosa, em vez de uma igreja poderosa e dominadora, não era o Jesus histórico (criado pela imaginação humana) e sim o Jesus dos evangelhos. É inconcébivel que esse Jesus não seja "O VERDADEIRO JESUS" para aqueles que se manifestem desejo pela verdade religiosa, pela integridade teólogica e pela história genuína.

domingo, 20 de junho de 2010

Mortos não tem livre-arbitrio

C.H.SPURGEON


"se algum homem atribuir qualquer parte da salvação, mesmo a menor parte dela, ao livre-arbítrio do homem, ele nada sabe sobre a graça, e não conheceu a Jesus Cristo corretamente".

Martinho Lutero



Esta pode parecer uma opinião rude; mas aquele que em sua alma crê que o homem vai, por sua própria vontade, voltar-se para Deus, não pode ter sido ensinado por Deus, pois que este é um dos princípios que nos são ensinados quando Deus inicia sua obra em nós, que não temos nem o querer, nem o poder, mas que ele concede ambos; que ele é o "Alfa e o Ômega" da salvação dos homens.


" Contudo não quereis vir a mim para terdes vida"  Jo 5.40

Nossos quatro pontos, esta manhã, serão:

Primeiro

- que cada homem está morto, porque o texto diz: "E não quereis vir a mim para terdes vida".

Segundo

- que há vida em Jesus Cristo: "E não quereis vir a mim para terdes vida".

Terceiro

- que há vida em Cristo Jesus para todo aquele que a busca: "E não quereis vir a mim para terdes vida", implicando que todo aquele que vai terá vida.

Quarto

- o ponto principal do texto está em que nenhum homem por sua própria natureza jamais irá a Cristo, porque o texto diz: "E não quereis vir a mim para terdes vida".

Muito longe de afirmar que os homens por sua própria vontade, em algum momento, fariam tal coisa, ele categoricamente e claramente nega isto, e diz: "e NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida". Porque, amados, estou já quase pronto a exclamar: Têm os defensores do livre-arbítrio tão pouco conhecimento que ousam contrariar a inspiração? Não têm nenhum senso todos os que negam a doutrina da graça? Têm eles se afastado tanto de Deus, que forçam este texto para provar o livre-arbítrio; ainda que ele diga "e NÃO QUEREIS vir a mim para terdes vida"?



 Primeiro, então, nosso texto implica "QUE OS HOMENS POR NATUREZA ESTÃO MORTOS."

Ninguém precisa ir em busca de vida se já tem vida em si mesmo. O texto fala muito fortemente quando declara: "e não quereis vir a mim para terdes vida". Apesar de não dizê-lo com palavras, ele afirma, com efeito, que os homens precisam de uma vida além da que têm em si mesmos. Meus ouvintes, nós todos estamos mortos a não ser que tenhamos sido gerados para uma viva esperança.

Morte Legal (Jurídica)


Primeiro, em nós mesmos, em nossa natureza, estamos todos legalmente mortos:

"no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn. 2:17) disse Deus a Adão.

E embora ele não tenha morrido fisicamente naquele instante, ele morreu legalmente: isto quer dizer que a morte foi decretada contra ele.

No momento em que, no Old Bailey, o juiz veste a capa preta e pronuncia a sentença, o homem é considerado morto pela lei. Talvez possa se passar um mês antes de ele ser trazido ao cadafalso para sofrer a sentença da lei, no entanto, a lei já o considera um homem morto. É-lhe impossível fazer qualquer transação. ele não pode herdar, nem deixar em herança os seus bens; ele não é nada - é um homem morto. A nação de nenhum modo o considera como se estivesse vivo. Havendo uma eleição - não lhe é pedido o seu voto, porque ele é considerado legalmente morto. ele está trancado em sua cela de condenação e está morto.

Ah! E vocês incrédulos pecadores, que nunca tiveram vida em Cristo, que estão vivos nesta manhã, por uma suspensão temporária da sentença, não sabem que estão legalmente mortos? Que Deus os considera assim, que no dia que seu pai Adão comeu o fruto, e quando vocês próprios pecaram, Deus, o Eterno Juiz, colocou sobre Si a capa preta e os condenou? Vocês falam poderosamente de sua própria firmeza, e bondade, e moralidade: mas, onde estão elas?

As Escrituras dizem que vocês "já estão condenados" (Jo. 3:18). Não têm que esperar para serem condenados no dia do juízo final - ali será a execução da sentença - vocês "já estão condenados". No momento em que pecaram, seus nomes foram escritos no livro negro da justiça: todos foram então sentenciados, por Deus, à morte, exceto se alguém encontrar um substituto para si, por causa dos seus pecados, na pessoa de Cristo.

O que vocês pensariam se fossem à prisão de Old Bailey, e vissem o criminoso condenado sentado em sua cela, rindo e feliz? Vocês diriam: "O homem é um tolo, pois está condenado e está para ser executado: no entanto, quão contente ele está!". Ah, e quão tolo é o homem mundano que, enquanto a sentença está sendo registrada contra ele, vive em divertimento e alegria!

Vocês pensam que a sentença de Deus não tem efeito? Pensam que seu pecado, que está gravado com ponteiro de aço nas rochas para sempre, não tem horrores em si mesmo? Deus disse que vocês já estão condenados. Se pudessem tão somente sentir isto, o amargor se misturaria às suas doces taças de alegria; suas danças parariam. O riso se extinguiria com um suspiro, se vocês se lembrassem que já estão condenados. Todos nós deveríamos chorar se compreendêssemos em nossas almas que por natureza não temos vida aos olhos de Deus. Estamos verdadeiramente, positivamente, condenados; a morte está decretada contra nós, e somos considerados, agora, em nós mesmos, aos olhos de Deus, tão mortos quanto se já tivéssemos sido lançados no inferno: estamos condenados aqui pelo pecado. Ainda não sofremos a penalidade por ele, porém, ela está escrita contra nós, e estamos legalmente mortos, e não podemos encontrar vida, a menos que possamos achar vida legal na pessoa de Cristo, e isto logo.

Morte Espiritual

Mas, além de estarmos legalmente mortos, estamos também espiritualmente mortos. Isso porque a sentença não somente foi lavrada no livro, mas também no coração e entrou na consciência, operou na alma, no julgamento, na imaginação e em tudo: "... porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás", esta sentença não foi cumprida somente pelo decreto, mas também por algo que aconteceu em Adão.

Assim como num certo momento, quando este corpo morrer, o sangue parará, o pulso cessará e a respiração não virá mais aos pulmões, assim também no dia em que Adão comeu do fruto, sua alma morreu; sua imaginação perdeu seu poder de ascender às coisas celestiais e ver o céu, sua vontade perdeu para sempre seu poder de escolher aquilo que é bom, seu julgamento perdeu toda a sua habilidade de julgar entre o certo e o errado decidida e infalivelmente. Ainda que algo tenha sido retido na consciência, sua memória tornou-se corrompida, propensa a reter as coisas más, e a deixar as coisas virtuosas deslizarem para longe, todo o poder que tinha cessou quanto à sua vitalidade moral. A bondade era a vitalidade do seu poder - isso se foi. Virtude, santidade, integridade, estas eram a vida do homem, e quando se foram o homem tornou-se morto. E agora, todo homem, no que concerne às coisas espirituais, "está [espiritualmente] morto em ofensas e pecados" (Ef. 2:1). Também a alma não esta menos morta, em um homem carnal, que o corpo quando depositado no túmulo: ela está verdadeira e positivamente morta - não por metáfora, porque Paulo não fala por metáforas quando afirma: "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados".

Mas, meus ouvintes, novamente, eu gostaria de poder colocar este assunto em seus corações. Foi suficientemente ruim quando descrevi a morte como tendo sido decretada: porém, agora eu falo dela, como tendo de fato acontecido nos seus corações.

Vocês não são o que eram antes: não são o que eram em Adão, nem o que foram gerados. O homem foi criado puro e santo. Vocês não são as criaturas perfeitas das quais alguns se gloriam, todos são totalmente caídos, todos se desviaram do caminho, tomando-se corruptos e sujos. Oh, não ouçam o canto da sereia daqueles que falam da dignidade moral e do elevado estado de vocês no tocante à salvação. Vocês não são perfeitos: aquela importante palavra, "ruína", está escrita em seus corações, e a morte está estampada em seus espíritos.

Não imagine, oh homem moral, que poderá ficar de pé diante de Deus em sua moralidade, pois você não é mais do que uma carcaça embalsamada em legalismo, um defunto enfeitado em finas roupas, porém não obstante corrompido aos olhos de Deus. E não pense, oh você possuidor de uma religião natural, que poderá por sua própria força e poder, se fazer aceitável a Deus. Porque, homem, você está morto! E você pode vestir o morto tão gloriosamente quanto quiser, porém isso ainda seria um enorme esforço em vão.

Lá jaz a rainha Cleópatra - coloque a coroa em sua cabeça, cubra-a em vestes reais, deixe-a sentar com pompa: mas, que calafrio você sente quando passa por ela. Hoje ela está bela, mesmo em sua morte - mas quão terrível é ficar junto a um morto, mesmo uma rainha morta, celebrada por sua majestosa beleza! Assim, você pode ser magnífico em sua beleza, sua cortesia, e amabilidade, e graciosidade! Você coloca a coroa da honestidade sobre a sua cabeça, e coloca sobre você todas as vestes de honra, mas a não ser que Deus o tenha vivificado, oh homem, a não ser que o Espírito tenha tratado com a sua alma, você é tão detestável aos olhos de Deus, quanto o cadáver frio é repugnante a você.

Você não escolheria viver com um morto assentado à sua mesa, nem Deus tem prazer em que você esteja diante de seus olhos. ele fica irado com você todos os dias, porque você está em pecado - você está em morte. Oh! Creia nisto, coloque isto em sua alma! Aproprie-se disto, porque é bem verdade que você está morto, tanto espiritualmente quanto legalmente.

Morte Eterna

O terceiro tipo de morte é a consumação dos outros dois tipos. É a morte eterna. É a execução da sentença legal e a consumação da morte espiritual. A morte eterna é a morte da alma; ela acontece após o corpo ter morrido, após a alma ter saído do corpo. Se a morte legal é terrível, ela o é devido às suas conseqüências; e se a morte espiritual é horrível, ela o é devido ao que vem depois dela. As duas mortes das quais falamos são as raízes, e a morte que virá é a sua flor!

Oh, se eu tivesse palavras para descrever a você nesta manhã o que é a morte eterna: A alma compareceu ante seu Criador; o livro foi aberto; a sentença foi declarada: "Apartai-vos malditos" (Mt. 25:41), e ela sacudiu o universo, e fez com que as próprias estrelas se escurecerem com a desaprovação do Criador; a alma se foi às profundezas onde habitará com as outras em morte eterna.

Oh! Quão horrível é sua situação agora. Seu leito é um leito de chamas; as visões que tem são visões assassinas que aterrorizam seu espírito; os sons que ouve são gritos, e choros, e lamentos, e gemidos; tudo que seu corpo conhece é o infligir de dores lancinantes! Tem a indescritível aflição do sofrimento que não diminui. A alma olha para cima. A esperança está extinta - se foi. Olha para baixo, em medo e pavor: o remorso toma conta dela. Olha à sua direita, e as impenetráveis paredes da morte a mantêm dentro dos limites da tortura. Olha à sua esquerda, e há uma barreira de fogo ardente que impede o crescimento de qualquer especulação de fuga que seja sonhada. Olha para seu interior e busca por consolação ali, mas um verme destruidor já entrou em sua alma. Ela olha em volta, não tem amigos que a ajudem, nem consoladores, mas atormentadores em abundância. Não tem nenhuma esperança de libertação; já ouviu a eterna chave do destino fechando a terrível prisão, e viu Deus tomar a chave e jogá-la nas profundezas da eternidade, para nunca mais ser encontrada. Sem esperança, desconhece o escape, não conjectura libertação; suspira por um fim, mas a morte é por demais um adversário para estar ali; deseja ardentemente que a não existência a possa tragar, mas a morte eterna é pior que o aniquilamento. Anseia pelo extermínio como o trabalhador pelo dia de descanso; deseja profundamente que possa ser engolida pelo nada, assim como o escravo da galé deseja sua liberdade que nunca chega. Está eternamente morta.

Mesmo quando a eternidade já tiver dado incontáveis voltas em seus ciclos eternos a alma ainda continuará morta. Para todo o sempre não achará fim; a eternidade não pode ser descrita a não ser em termos da própria eternidade. Ainda assim, a alma vê escrito sobre sua cabeça: "tu és maldita para sempre". Ela ouve gritos que serão perpétuos; vê as chamas que não podem ser apagadas; conhece as dores que não terão alivio; ouve uma sentença que ruge não como um trovão da terra que logo cessa, mas, que prossegue, e prossegue, e prossegue, estremecendo em ecos pela eternidade - fazendo milhares de anos tremerem outra vez com o terrível estrondo do seu aterrorizante som: "Apartai-vos! Apartai-vos! Apartai-vos malditos!" Esta é a morte eterna.

Segundo, "EM CRISTO JESUS HÁ VIDA,"

Porque ele diz: "e não quereis vir a mim para terdes vida". Não há vida em Deus o Pai para o pecador; não há vida em Deus o Espírito para o pecador separado de Jesus. A vida do pecador está em Cristo. Se vocês tomarem o Pai à parte do Filho, apesar dele amar Seus eleitos e decretar que eles viverão, ainda assim a vida está somente em seu Filho. Se tomarem Deus o Espírito à parte de Jesus Cristo, apesar de ser o Espírito quem nos dá vida espiritual, ainda assim a vida está em Cristo, a vida está no Filho. Não nos atrevemos e não podemos requerer vida espiritual, em primeiro lugar, nem de Deus o Pai, ou de Deus o Espírito Santo. A primeira coisa a que somos levados quando Deus nos tira do Egito é a comer a Páscoa - a primeiríssima coisa. Os primeiros meios pelos quais recebemos vida consistem em nos alimentarmos da carne e do sangue do Filho de Deus; vivendo nele, confiando nele, crendo em Sua graça e poder.

 


Castigo e levar a cruz são a mesma coisa



Levar a Cruz para o cristão e o castigo, diferem numa porção de maneiras importantes. Geralmente se consideram iguais as duas idéias, e as palavras que as encarnam são empregadas uma pela outra. Há, porém, aguda distinção entre elas. Quando as confundimos, não estamos pensando com precisão; e quando não pensamos com precisão acerca da verdade, perdemos algum benefício que doutra forma poderíamos usufruir.


A cruz e a vara aparecem juntas nas Escrituras Sagradas, mas não são a mesma coisa. A vara é imposta sem o consentimento daquele que sofre. A cruz não pode ser imposta por outrem. Mesmo Cristo suportou a cruz por livre escolha. Da vida derramada por Ele na cruz, disse Jesus: "Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou" (Jo 10.18). Ele teve todas as oportunidades para escapar da cruz, mas firmou em Seu semblante a rija resolução de ir para Jerusalém e lá morrer. A única compulsão experimentada por Ele foi a compulsão do amor.

O castigo é um ato de Deus; levar a cruz é uma ação do cristão. Quando Deus com amor baixa a vara nas costas dos Seus filhos, não pede permissão. Para o crente, o castigo não é voluntário, exceto no sentido de que está resolvido a fazer a vontade de Deus, ciente de que a vontade de Deus inclui castigo. "Porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita o todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como a filhos); pois, que filho há a quem o pai não corrige" (Hb 12.6,7).

A cruz nunca vem sem ser solicitada; a vara sempre vem assim. "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me" (Mar 8.34). Eis aí uma escolha clara e inteligente, que o indivíduo deve fazer com determinação e previdência. No reino de Deus ninguém jamais tropeçou na cruz.

Mas o que é a cruz para o cristão? Obviamente não é a peça de madeira que os romanos usavam para executar a sentença de morte em pessoas culpadas de crimes capitais. A cruz é o sofrimento que o cristão padece em conseqüência do fato de seguir a Cristo com perfeita obediência. Cristo escolheu a cruz ao escolher o caminho que levava a ela; e assim é com os Seus seguidores. No caminho da obediência ergue-se a cruz,e tomamos a cruz quando entramos nesse caminho.

Como a cruz se ergue no caminho da obediência, assim o castigo se acha no caminho da desobediência. Deus jamais castiga um filho perfeitamente obediente. Considere os nossos pais segundo a carne; eles nunca nos puniram por obediência, mas, sim, por desobediência.

Quando sentimos a dor causada pela vara, podemos estar seguros de que saímos temporariamente do caminho certo. Inversamente,a dor proveniente da cruz significa que permanecemos no caminho. Mas o amor do Pai não é nem mais nem menos, onde quer que estejamos. Deus nos castiga, não para que possa amar-nos, mas porque nos ama. Numa casa bem dirigida, um filho desobediente pode esperar castigo; na família de Deus, nenhum cristão negligente pode ter esperança de escapar dele.

Entretanto, como podemos dizer em determinada situação, se a nossa dor vem da cruz ou da vara? Dor é dor, venha donde vier. Jonas, fugindo da vontade de Deus, não sofreu pior tempestade que Paulo, que se achava no centro da vontade de Deus; o mesmo mar furioso ameaçou a vida de ambos. E Daniel na cova dos leões esteve em dificuldade tão grave como Jonas no ventre da baleia. Os cravos ferem tão fundo as mãos de Cristo a morrer pelos pecados do mundo, como as mãos dos dois ladrões que morrem por seus próprios pecados. Então, como podemos distinguir da vara a cruz?

Penso que a resposta é clara. Quando chega a tribulação, basta ver se é imposta ou escolhida. "Bem-aventurados sois", disse o Senhor, "quando, por minha causa, vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós" (Mt 5.11). Note que Jesus especifica: "mentindo, disserem todo mal contra vós". Estas palavras mostram que o sofrimento deve sobrevir voluntariamente, deve estar dentro da nossa escolha maior, de Cristo e da justiça. Se a acusação que os homens gritam contra nós for verdadeira, não se lhe seguirá nenhuma bem-aventurança.

Iludimo-nos a nós mesmos quando fazemos dos justos castigos que recebemos uma cruz, e nos regozijamos por aquilo de que, ao contrário, deveríamos arrepender-nos. "Pois, que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, e suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus" (1Pe 2.20). A cruz está sempre no caminho da justiça. Somente sentimos a dor que vem da cruz quando sofremos por causa de Cristo e por nossa escolha voluntária.

Creio que há também outra espécie de sofrimento que não se enquadra em nenhuma das categorias acima consideradas. Não provém da vara nem da cruz, e não é imposto como um corretivo moral, nem é resultado da nossa vida de testemunho cristão. Ele vem no curso da natureza e surge dos muitos males herdados pela carne. Visita igualmente a todos, em maior ou menor grau, e não parece ter qualquer significado espiritual. Sua causa pode ser fogo, enchente, perda, ferimentos, acidentes, enfermidades, velhice, fadiga ou, em termos gerais, as conturbadas condições do mundo. Que fazer a respeito?

Bem, algumas grandes almas têm conseguido tornar até mesmo estas aflições moralmente neutras em bem. Orando e humilhando-se, rogaram à adversidade que se fizesse sua amiga, e transformaram o rude pesar num mestre capaz de instruí-las nas artes celestiais. Não podemos imitá-las????


W. Tozer

sábado, 19 de junho de 2010

Você avança a todo vapor? Mas para onde?



Pode-se dizer acerca da sinceridade o que se tem dito sobre o fogo. . . «O fogo é bom servo, mas é mau senhor». Enquanto o fogo está sob controle, nada é mais valioso do que ele. . . Porém, uma vez que se perde o controle do fogo, e que ele assume a posição de mando, leva somente à destruição e ao caos. Ou podemos lançar mão da ilustração de um cavalo bem criado, vigoroso e brioso.

Nada dá maior prazer do que montarmos em tal cavalo, enquanto estivermos firmes na sela, segurando com firmeza as rédeas. Mas se tal cavalo tomar o freio entre os dentes e disparar, nossa situação ficará precária e o incidente poderá terminar em desastre. Pois bem, dá-se precisamente a mesma coisa com a sinceridade. Se o conhecimento estiver firmado na sela, se o conhecimento e a verdade estiverem no controle, nada será melhor ou mais excelente do que a sinceridade. Mas se entregarmos o controle à própria sinceridade, bem poderá levar-nos a extravios desesperados e fazer-nos cair em desastre.

Isso é o que sucedera ao apóstolo Paulo, antes de sua conversão... Mas, dados o conhecimento e a direção certos, não há nada tão essencial como a sinceridade. Todavia, quando se põe a confiança na pressão do vapor das máquinas, ao invés de pô-la na bússola para seguir na direção certa, só pode acontecer uma coisa: naufrágio. Em nossa época, há multidões que vão a todo vapor na pretensa busca da verdade e da realidade. . . mas, em nome de Deus, indagamos delas: «Para onde vocês vão? Vocês possuem o conhecimento verdadeiro? Sua bússola funciona? Vocês ainda mantêm os olhos fitos na estrela polar? Vocês não acham que é tempo de fazer uma marcação e verificar sua posição exata? Vocês não têm consciência de certos perigos graves que estão sujeitos a encontrar a qualquer momento? . . . Parem um pouco. Percebam o perigo de confiar exclusivamente na força. Entendam a importância absoluta do conhecimento e da verdade, de informação e de direção certa».


Truth Unchanged, Unchanging, p. 62-4.

Fonte: [ Blog Martyn Lloyd Jones ]

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pecadores nas Mãos de um Deus Irado

Jonathan Edwards





Sermão pregado em 08 de Julho de 1741 em Enfield, Connecticut - EUA





“... A seu tempo, quando resvalar o seu pé” (Deuteronômio 32.35).



Nesse versículo os ímpios e incrédulos israelitas, que eram o povo visível de Deus, e que viviam debaixo de Sua graça, são ameaçados com a vingança do Senhor. Apesar de todas as obras maravilhosas que Deus operara em favor desse povo, este permanecia sem juízo e destituído de entendimento, como está escrito no versículo 28. e mesmo sob todos os cuidados do céu produziram fruto amargo e venenoso, conforme verificamos nos dois versículos anteriores.

A declaração que escolhi para meu texto, "A seu tempo, quando resvalar o seu pé", parece subentender as seguintes questões, relativas à punição e destruição que aqueles ímpios israelitas estavam sujeitos a sofrer:



1. Que eles estavam sempre expostos à destruição , assim como está sujeito a cair todo aquele que se coloca de pé, ou anda por lugares escorregadios. A maneira como serão destruídos vem aí representada pelo deslize de seus pés. A mesma citação encontramos no Sl 73.18-19, "Tu certamente os pões em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição".

2. Faz supor também que estavam sempre sujeitos a uma súbita e inesperada destruição, à semelhança daquele que anda por lugares escorregadios e a qualquer instante pode cair. O ímpio não consegue prever se, num momento, ficará de pé, ou se, em seguida, cairá. Quando cai, cai subitamente, sem aviso, como está escrito, também, no Sl 73.18-19, "Tu certamente os põe em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados! Totalmente aniquilados de terror!"

3. Outra coisa implícita no texto é que os ímpios estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se detém ou anda por terrenos escorregadios não precisa mais do que seu próprio peso para cair por terra.

4. E também a razão pela qual ainda não caíram, e não caem, é por não haver chegado ainda o tempo determinado pelo Senhor. Pois está escrito que quando este tempo determinado, ou escolhido, chegar, seu pé irá resvalar. E então serão entregues à queda, para a qual já estão predispostos por causa do próprio peso. Deus não os susterá mais em lugares escorregadios, mas vai deixá-los sucumbir. Então, nesse exato momento, cairão em destruição, à semelhança daqueles que transitam em terrenos escorregadios, à beira de precipícios, e não conseguem se manter de pé sozinhos,caindo imediatamente e se perdendo ao serem abandonados.

Eu insistira agora num exame maior das seguintes palavras: não há nada, a não ser a boa vontade de Deus, que impeça os ímpios de caírem no inferno a qualquer momento.

Por mera boa vontade de Deus, me refiro à sua vontade soberana, ao seu livre arbítrio, o qual não é restringido por nenhuma obrigação, nem tolhido por qualquer tipo de dificuldade. Em última análise, sob qualquer aspecto, nada, exceto a vontade de Deus, tem poder para preservar os ímpios da destruição por um instante sequer.

A verdade dessa observação transparecerá nas seguintes considerações:


1. Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer momento. A mão dos homens não é suficientemente forte quando Deus se levanta. O mais forte deles não tem poder para resistir-lhe, e ninguém consegue se livrar de suas mãos.Ele não só pode lançar os ímpios no inferno, como pode fazê-lo com a maior facilidade. Muitas vezes, uma autoridade terrena encontra grande dificuldade em dominar um rebelde, o qual acha meios de se fortalecer e se tornar mais poderoso pelo número de seguidores que alicia. Mas com Deus não é assim. Não há força que resista ao seu poder. Mesmo que as mãos se unam, e que enormes multidões de inimigos do Senhor juntem suas forças e se associem, serão todos facilmente despedaçados. São como montes de palha seca e leve diante de um furacão, ou como grande quantidade de restolho perto de chamas devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar uma lagarta que se arrasta pelo chão. Achamos fácil também cortar ou chamuscar um fio de linha fino que segura alguma coisa. Então, é simples para Deus, quando lhe apraz, lançar seus inimigos no inferno profundo. Quem somos nós, que imaginamos poder resistir Àquele ante cuja repreensão a terra treme, e perante quem as pedras tombam?

2. Eles merecem ser lançados no inferno. Assim, a justiça divina não se interpõe no caminho dos ímpios; nem faz objeção pelo fato de Deus usar seu poder para destruí-los a qualquer momento. Muito pelo contrário, a justiça fala assim da árvore que produz frutos maus: "... pode cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?" (Lc 13.7). A espada da justiça divina está o tempo todo erguida sobre suas cabeças, e somente a mão de absoluta misericórdia e a mera vontade de Deus podem detê-la.

3. Os ímpios já estão debaixo da sentença de condenação ao inferno. Eles não só merecem ser lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor estabeleceu entre si mesmo e a humanidade, também se coloca contra eles, e assim os mantém. Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. "...o que não crê já está julgado." (Jo 3.18). Assim, todo impenitente pertence, verdadeiramente, ao inferno. Ali é o seu lugar, ele é de lá, como temos em João 8.23: "vós sois cá debaixo" e para lá é destinado. Este é o lugar que a justiçam, a Palavra de Deus e a sentença de sua lei imutável reservam para ele.



4. Assim sendo, eles são objetos da ira e da indignação de Deus, que se manifesta através dos tormentos do inferno. E a razão de não descerem ao inferno agora mesmo não é pelo fato do Senhor, em cujo poder se encontram, estar menos irado com eles no momento, ou, pelo menos, não tão encolerizado como está com aquelas miseráveis criaturas a quem ele atormenta no inferno, as quais experimentam e sofrem ali a fúria de sua indignação. Sim, Deus se acha muito mais furioso com um grande número de pessoas que está vivendo na terra agora, talvez de modo mais tranqüilo e confortável, do que com muitos daqueles que estão experimentando as chamas do inferno. Portanto, a razão porque Deus ainda não abriu a sua mão e os liquidou, não é por ele não se importar com suas iniqüidades, ou não se ofender. O Senhor não se parece com eles, embora pensem que sim. A fúria de Deus arde contra eles, sua condenação não demora. O abismo está preparado, o fogo está pronto, a fornalha incandescente está ardendo, pronta para recebê-los. As chamas vermelhas queimam. A espada luminosa foi afiada e pesa sobre suas cabeças. O inferno abriu a sua boca debaixo deles.

5. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua, no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem, suas almas encontram-se em seu poder e sob seu domínio. As Escrituras os apresentam como propriedade de satanás (Lc 11.21). Os demônios os espreitam, estão sempre ao seu lado, à sua direita, esperando por eles como leões esfaimados e enfurecidos que vêem a presa, aguardando a hora de agarrá-la, mas são restringidos por enquanto. Se Deus retirasse sua mão, a qual os refreia, eles cairiam sobre suas pobres almas num instante. A velha serpente está pronta a dar o bote. O inferno escancara sua boca para recebê-los. E se Deus permitisse, seriam rapidamente engolidos e consumidos.

6. Nas almas dos pecadores reinam aqueles princípios diabólicos que os faria arder agora mesmo no inferno, se não fosse a restrição imposta por Deus. Existe na própria natureza carnal do homem uma potencialidade alicerçando os tormentos do inferno. Há aqueles princípios corruptos que agem de maneira poderosa sobre eles, que só dominam completamente, e que são sementes do fogo do inferno. Esses princípios são ativos e poderosos, de natureza extremamente violenta, e se não fosse a mão restringidora do Senhor sobre eles, seriam logo destruídos. Iriam arder em chamas da mesma forma que a corrupção e a rebeldia fazem arder os corações das pessoas condenadas, gerando nelas os mesmos tormentos. As almas dos ímpios são comparadas nas Escrituras com o mar agitado (Is 57.20). Por enquanto Deus controla as iniqüidades deles pelo seu imenso poder, como faz com as ondas enfurecidas do mar, dizendo: "virão até aqui, mas não prosseguirão." Mas se Deus retirasse deles seu poder refreador, seriam todos tragados por elas. O pecado é a ruína e a miséria da alma. Ele é destrutivo pela própria natureza. E se Deus o deixasse sem controle, não seria preciso mais nada para tornar as almas humanas absolutamente miseráveis. A corrupção no coração do homem é algo cheio de fúria incontrolável e sem freio. Enquanto os pecadores viverem aqui, essa fúria será como fogo reprimido pelas restrições divinas. Ao passo que, se fosse liberada, incendiaria o curso natural da vida. E como o coração é um poço de pecado, este mesmo pecado iria imediatamente transformar a alma num forno incandescente ou numa fornalha de fogo e enxofre, caso não fosse restringido.

7. O fato de não haver sinais visíveis da morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento, sequer segurança para os ímpios. O fato do homem natural ter boa saúde, de não prever que poderia deixar este mundo num minuto por um acidente, de não haver perigo visível à sua volta, nada disso lhe ser vê de segurança. Contínuas e inúmeras experiências humanas, em todas as épocas, nos mostram que não existem provas de que o homem não esteja à beira da eternidade, ou de que seu próximo passo não venha a ser no outro mundo. Os caminhos e meios, invisíveis e imprevistos, de chegar lá são incontáveis e inconcebíveis. Os homens não convertidos caminham por cima das profundezas do inferno, sobre uma superfície frágil onde existem varias áreas quebradiças, também invisíveis, as quais não conseguirão agüentar o seu peso. As flechas da morte voam ao meio-dia sem serem vistas. O olhar mais atento não pode distingui-las. Deus tem muitas maneiras diferentes e misteriosas de tirar os homens pecadores do mundo e despachá-los para o inferno. Não há nada que faça crer que o Senhor precise de ajuda de um milagre, ou que necessite se desviar do curso natural de sua providência para destruir qualquer pecador, a qualquer momento. Desde que todos os meios para fazer os ímpios deixarem este mundo estão de tal forma nas mãos de Deus, tão absoluta e universalmente sujeitos ao seu poder e determinação, segue-se que a ida dos pecadores para o inferno, a qualquer momento, depende simplesmente da vontade de Deus – quer usando meios ou não.

8. O cuidado e a prudência dos homens naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado de terceiros em preservá-las, não lhes dá segurança por um momento sequer. A providência divina e a experiência humana testificam isso. Existem evidências claras de que a sabedoria dos homens não lhes é segurança contra a morte. Se não fosse assim, haveria uma diferença entre a morte prematura e inesperada de homens sábios e prudentes, e dos demais. Mas, o que realmente acontece? "Como morre o homem sábio? Assim como um tolo." (Ec 2.16).

9. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para escaparem do inferno não os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam a rejeitar a Cristo, e portanto permanecem ímpios. Quase todos os homens naturais que ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de que vão escapar dele. Quanto a sua própria segurança, confiam em si mesmos. Vangloriam-se do que fizeram, do que estão fazendo e do que pretendem fazer. Cada um traça seu próprio plano, pensa em evitar a condenação, e se vangloria e que irá tramar tão bem todas as coisas que seu esquema, com certeza, não falhará. Na verdade, eles ouvem dizer que poucos se salvam, e que a maior parte dos homens que já morreram foram para o inverno; mas cada um deles se imagina capaz de planejar melhor a própria fuga, do que os outros puderam fazer. Dentro de si mesmos dizem que não pretendem ir para esse lugar de tormento, e que pretendem tomar todo o cuidado necessário, esquematizando as coisas de tal forma na ao terem possibilidade de falhar.

Mas os insensatos filhos dos homens iludem-se miseravelmente quanto a seus próprios planos. A confiança que depositam na própria força e sabedoria é o mesmo que confiar na fragilidade de uma sombra. A maior parte daqueles que antes viveram debaixo da dispensação da graça, e agora estão mortos, sem dúvida alguma foram para o inferno. E não é por terem sido menos espertos do que os que ainda estão vivos, nem por terem planejado as coisas de tal forma que não lhes assegurou o escape. Se pudéssemos falar com eles, um a um, e perguntar-lhes se, quando vivos, esperavam ser vítimas de tamanha miséria, sem dúvida ouviríamos todos dizer: "Não, eu nunca pensei em vir para cá. Eu tinha esquematizado as coisas de maneira bem diferente. Pensei que iria conseguir algo melhor para mim, que meu plano era adequado. Pensei em me precaver melhor, mas tudo aconteceu de maneira tão repentina. Não esperava por isso naquela época, e nem daquela maneira. Mas tudo veio como um ladrão. A morte foi mais esperta que eu. A ira de Deus foi rápida demais para mim. Oh!, maldita insensatez! Eu me gabava, e me deleitava em sonhos vãos quanto ao que faria no futuro. E justamente quando eu mais falava de paz e segurança, me sobreveio uma súbita destruição."

10. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem a nenhuma promessa de manter o homem natural fora do inferno por um momento sequer. Ele não fez absolutamente nenhuma promessa de vida eterna, ou de libertação ou proteção da morte eterna, senão àquelas que estão contidas na aliança da graça – as promessas concedidas em Cristo, no qual todas as promessas são o sim e o amém. Mas obviamente os que não são filhos da aliança da graça não têm interesse na mesma, pois não crêem em nenhuma das suas promessas, e nem têm o menor interesse no Mediador dessa aliança.

Portanto, apesar de tudo que os homens possam imaginar ou pretender sobre promessas de salvação, devido suas lutas pessoais e buscas incessantes, deixamos claro e manifesto que qualquer desses esforços ou orações que se façam em relação à religião, será inútil. A não ser que creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum Deus está obrigado a conservá-los fora da condenação eterna.

A banalização da liberdade em Cristo





“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou” (Gl. 5: 1)




É desta forma que Paulo inicia o capítulo cinco de sua carta aos Gálatas. Durante toda esta carta, o apóstolo reprova a atitude dos cristãos da Galácia, que agora, estavam se deixando envolver novamente pela observância das leis mosaicas. Paulo dentro do contexto deste escrito estava querendo dizer assim: “Vocês foram chamados por Cristo para viverem libertos da lei mosaica!”. Ou seja, Cristo nos libertou da lei e de sua maldição (Gl. 3: 13).

Dentro de todo o contexto neo-testamentário, veremos que a liberdade que Cristo nos outorgou no calvário, está muito além da lei mosaica. Vemos que Cristo nos libertou da segunda morte (Jo. 5: 25; 6: 51; 11: 25,26); libertou-nos de nossas próprias pretensões, para vivermos a Sua vontade (Gl. 5: 16 e 25; Rm. 8: 14); libertou-nos de nosso egocentrismo (Mt. 16: 24); libertou-nos de nossa antiga maneira de viver (I Pd. 2; 1; Tt. 3: 1-7). Cristo também nos libertou da culpa de nossos pecados e deste mundo perverso (Gl. 1: 4).

Boa parte dos cristãos ainda não assimilaram esta liberdade, com isto, muitos têm atribuído uma liberdade terrena, social, e humana, a liberdade divina de Cristo. Uma massa de evangélicos cristãos tem atribuído a sua ida às praias no fim de semana a liberdade de Cristo. Outra parcela tem considerado que o consumo de álcool moderado também faz parte da liberdade de Cristo. Esta liberdade tem sido aceita e entendida de uma maneira totalmente contrária as Escrituras. Ora, Cristo não morreu na cruz para que eu tivesse a liberdade de ir à praia. Eu vou à praia se eu quiser, com Cristo ou sem Cristo. Jesus não se entregou no calvário para que eu pudesse beber uma lata de cerveja tranquilamente, pois eu bebo com Cristo ou sem Cristo. O apóstolo Paulo comentou acerca desta liberdade cotidiana escrevendo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm” (I Co. 6: 12). A liberdade de Cristo tem sido banalizada, vulgarizada, e diminuída em sua essência. Não devemos nos esconder atrás desta liberdade para justificar as nossas atitudes, pois muita das vezes a nossa conduta não possui qualquer ligação com a liberdade que emana da cruz do calvário por Cristo Jesus.

Talvez seja por isto que temos visto um crescimento abusivo de outros evangelhos, como é o caso do evangelho da prosperidade. Muitos têm atribuído todo tipo de atitude a liberdade de Cristo. Por parte dos cantores, vemos os metaleiros, funkeiros, e pagodeiros de Cristo, e adivinhe; ser metaleiro, funkeiro, e pagodeiro, faz parte do pacote da tal “liberdade” para muitos.

Devemos ter muito cuidado quando atribuirmos as nossas atitudes e condutas a liberdade de Cristo. Talvez, nem seja uma liberdade que alguns possam estar experimentando, mas sim, um desencargo da consciência (Não há nada melhor do que não se sentir culpado) com uma pitada de libertinagem.



Faço uso das palavras do pastor John Piper em uma de suas ministrações: “Eu temo que seja destas coisas, que nossas igrejas estejam cheias”¹

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¹ Veja o vídeo intitulado Evangelicalismo no link: http://www.youtube.com/watch?v=b_7AsRg1T1Q




Autor: Vitor Hugo da Silva


Fonte: [ As Perícopes do cotidiano Cristão ]

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma ponte maldita

A fé cristã, baseada no Novo Testamento, ensina o completo contraste entre a igreja e o mundo. Não é mais do que um lugar comum religioso dizer que o problema conosco hoje é que procuramos construir uma ponte sobre o abismo que há entre duas coisas opostas, o mundo e a igreja, e realizamos um casamento ilícito para o qual não há autorização bíblica. Na verdade, nenhuma união real entre o mundo e a igreja é possível. Quando a igreja se junta com o mundo, já não é mais a igreja verdadeira, mas apenas um detestável produto misturado, um objeto de gozação e desprezo para o mundo, e uma abominação para o Senhor.



A obscuridade em que muitos (ou deveríamos dizer a maioria dos?) crentes andam hoje não é causada por falta de clareza da parte da Bíblia. Nada poderia ser mais claro do que os pronunciamentos das Escrituras sobre a relação do cristão com o mundo. A confusão que campeia nessa matéria resulta da falta de disposição de cristãos professos para levar a sério a Palavra do Senhor. O cristianismo está tão emaranhado no mundo que milhões nunca percebem quão radicalmente abandonaram o padrão do Novo Testamento. A transigência está por toda parte. O mundo está suficientemente caiado, encobrindo as suas faltas, para passar no exame feito por cegos que posam como crentes; e esses mesmos crentes estão eternamente procurando obter aceitação da parte do mundo. Mediante mútuas concessões, homens que a si mesmos se denominam cristãos manobram para ficar bem como homens que para as coisas de Deus nada têm, senão mudo desprezo.


Toda esta questão é espiritual, em sua essência. O cristão é o que não é por manipulação eclesiástica, mas pelo novo nascimento. É cristão por causa de um Espírito que nele habita. Só o que é nascido do Espírito é espírito. A carne nunca pode converter-se em espírito, não importa quantos homens considerados dignos da igreja nela trabalhem. A confirmação, o batismo, a santa comunhão, a profissão de fé - nenhum destes, nem todos estes juntos, podem transformar a carne em espírito, e tampouco podem fazer de um filho de Adão um filho de Deus. "E, porque vós sois filhos", escreveu Paulo aos gálatas, "enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.". E aos Coríntios, ele escreveu: "Examinai-vos a vós mesmos, se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados". E aos romanos: "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele".


A terrível zona de confusão tão evidente em toda a vida da comunidade cristã, poderia ficar esclarecida num só dia, se os seguidores de Cristo começassem a seguir a Cristo em vez de uns aos outros. Pois o nosso Senhor foi muito claro em Seu ensino sobre o cristão e o mundo.


Numa ocasião, depois de receber não solicitado e carnal conselho de irmãos sinceros, mas não esclarecidos, o nosso Senhor respondeu: "O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente. Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más". Ele identificou os Seus irmãos na carne com o mundo e disse que Ele e eles eram de dois espíritos diferentes. O mundo O odiava, mas não podia odiá-los porque não podia odiar-se a si próprio. Uma casa dividida contra si mesma não subsiste. A casa de Adão tem que permanecer leal a si própria, ou se romperá. Conquanto os filhos da carne possam brigar entre si, no fundo estão unidos uns aos outros. É quando o Espírito de Deus entra, que entra um elemento estrangeiro. "Se o mundo vos odeia", disse o Senhor aos Seus discípulos, "sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.". Paulo explicou aos gálatas a diferença entre o filho escravo e o livre: "Como, porém outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora" (Gálatas 4:29).


Assim, através do Novo Testamento inteiro, é traçada uma aguda linha entre a igreja e o mundo. Não há meio termo. O Senhor não reconhece nenhum bonzinho "concordar para discordar" para que os seguidores do Cordeiro adotem os procedimentos do mundo e andem pelo caminho do mundo. O abismo que há entre o cristão e o mundo é tão grande como o que separou o rico de Lázaro. E, além disso, é o mesmo abismo, isto é, é o abismo que separa o mundo, dos resgatados do mundo; do mundo, dos que continuam caídos.


Bem sei, e o sinto profundamente quão ofensivo esse ensino deve ser para aquele bando de mundanos que mói e remói o rebanho tradicional. Não posso alimentar a esperança de escapar da acusação de fanatismo e intolerância que, sem dúvida, lançarão contra mim os confusos religionistas que procuram fazer-se ovelhas por associação. Mas bem podemos encarar a dura verdade de que os homens não se tornam cristãos associando-se com gente de igreja, nem por contato religioso, nem por educação religiosa; tornam-se cristãos somente por uma invasão da sua natureza, invasão feita pelo Espírito de Deus por ocasião do novo nascimento. E quanto se tornam cristãos assim, imediatamente passam a ser membros de uma nova geração, uma "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus ... que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia" (I Pedro 2:9,10).


Com os versículos citados, não houve desejo de os citar fora do contexto, nem de focalizar a atenção num lado da verdade para desviá-lo de outro. O ensino desta passagem forma completa unidade com toda a verdade do Novo Testamento. É como se tirássemos um copo de água do mar. O que tiraríamos não seria toda a água do oceano, mas seria uma amostra real e em perfeito acordo como o restante.


A dificuldade que nós cristãos contemporâneos enfrentamos não é a de entender mal a Bíblia, mas a de persuadir os nossos indóceis corações a aceitarem as suas claras instruções. O nosso problema é conseguir o consentimento das nossas mentes amantes do mundo para termos Jesus como Senhor de fato, bem como de palavra. Pois uma coisa é dizer, "Senhor, Senhor", e outra completamente diferente é obedecer aos mandamentos do Senhor. Podemos cantar, "Coroai-O Senhor de todos", e regozijar-nos com os agudos e sonoros tons do órgão e com a profunda melodia de vozes harmoniosas, mas ainda não teremos feito nada enquanto não abandonarmos o mundo e não fizermos os nosso rostos na direção da cidade de Deus na dura realidade prática. Quando a fé se torna obediência, aí é de fato fé verdadeira.


O espírito do mundo é forte, e gruda em nós tão entranhadamente como cheiro de fumaça em nossa roupa. Ele pode mudar de rosto para adaptar-se a qualquer circunstância e assim enganar muito cristão simples, cujos sentidos não são exercitados para discernir o bem e o mal. Ele pode brincar de religião com todas as aparências de sinceridade. Ele pode ter acessos de sensibilidade de consciência , e até pode confessar os seus maus caminhos pela imprensa pública. Ele louvará a religião e bajulará a igreja por seus fins. ele contribuirá para as causas de caridade e promoverá campanha para distribuir roupas aos pobres. Basta que Cristo guarde distância e que nunca afirme o Seu senhorio sobre ele. Positivamente isso não durará. E para com o verdadeiro Espírito de Cristo, só mostrará antagonismo. A imprensa do mundo (que é seu real porta-voz) raramente dará tratamento justo a um filho de Deus. Se os fatos a compelem a uma reportagem favorável, o tom tende a ser condescendente e irônico. Ressoa nela a nota de desdém.


Tanto os filhos deste mundo como os filhos de Deus foram batizados num espírito, mas o espírito do mundo e o Espírito que habita nos corações dos homens nascidos duas vezes, acham-se tão distanciados um do outro com o céu do inferno. Não somente são o completo oposto um do outro, mas também estão em extremo combate um contra o outro, mas também estão em agudo antagonismo um contra o outro. Para um filho da terra as coisas do Espírito são, ou ridículas, caso em que ele se diverte, ou sem sentido, caso em que ele se aborrece. "Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente."


Na Primeira Epístola de João duas palavras são empregadas uma e outra vez,, as palavras eles e vós, e elas designam dois mundos totalmente diversos; vós refere-se aos escolhidos, que deixaram tudo para seguir a Cristo. O apóstolo não se põe genuflexo, de joelhos, ante o deus de Tolerência (cujo culto se tornou na América uma espécie de religião de segunda capa); João é grosseiramente intolerante. Ele sabe que a tolerância pode ser simplesmente outro nome para a indiferença. Exige-se vigorosa fé para aceitar o ensino do experimentado João. É muito mais fácil apagar as linhas de separação e, assim, não ofender ninguém. Generalidades piedosas e o emprego de nós para significar tanto cristãos como descrentes, é muito mais seguro. A paternidade de Deus pode ser ampliada para incluir toda gente, desde Jack, o Estripador, até Daniel, o Profeta. Assim, ninguém fica ofendido e todos se sentem banhados e prontos para o céu. Mas o homem que se reclinara sobre o peito de Jesus não foi enganado assim tão facilmente. Ele traçou uma linha para dividir em dois campos a raça humana, para separar dos salvos os perdidos, dos que se afundarão no desespero final os que subirão para a recompensa eterna. De um lado estão eles — aqueles que não conhecem a Deus; de outro, vós (ou, com uma mudança de pessoa, nós), e entre ambos está um abismo moral largo demais para qualquer homem atravessar.


Eis aqui o modo como João o declara: "Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão falam da parte do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro". Uma linguagem como esta é clara demais para confundir qualquer pessoa que honestamente queira conhecer a verdade. Nosso problema não é de entendimento, repito, mas de fé e obediência. A questão não é teológica: Que é que isto ensina?


É moral: Estou disposto a aceitar isto e arcar com as coseqüências? Posso agüentar o olhar frio? Tenho coragem de enfrentar os acerbos ataques movidos pelos modernistas? Ouso provocar o ódio dos homens que se sentirão apontados por minha atitude? Tenho suficiente independência mental para desafiar as opiniões da religião popular e de acompanhar um apóstolo? Ou, em resumo, posso persuadir-me a tomar a cruz com o seu sangue e com o seu opróbrio?


O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou, mais importante, o que Deus quer dizer) com o mundo. É provável que o façamos significar alguma coisa externa apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Cartas, bebidas, jogos — estas coisas não são o mundo; são simples manifestações externas do mundo. A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja moralmente vil ou moralmente respeitável. Os antigos fariseus, a despeito da sua zelosa dedicação à religião, eram da própria essência do mundo. Os princípios espirituais sobre os quais eles contruíram o seu sistema foram retirados, não do alto, mas de baixo. Eles empregaram contra Jesus as táticas dos homens. Subornavam os homens para dizerem mentiras em defesa da verdade. Para defender Deus, agiam como demônios. Para proteger a Bíblia, desafiavam os ensinamentos da bíblia. Eles sabotavam a religião para salvá-la. Davam rédeas soltas ao ódio cego em nome da religião do amor. Vemos aí o mundo com todo o seu cruel desafio a Deus. Tão feroz foi esse espírito, que não descansou enquanto não levou à morte o próprio Filho de Deus. O espírito dos fariseus era ativa e maliciosamente hostil ao Espírito de Jesus, pois cada qual era uma espécie de destilação de ambos os respectivos mundos dos quais provinham.


Os mestres atuais que situam o Sermão do Monte nalguma outra dispensação que não esta e, assim, liberam a igreja do seu ensino, mal percebem o mal que fazem. Pois o Sermão do Monte dá em resumo as características do Reino dos homens regenerados. Os bem-aventurados pobres que choram seus pecados e têm sede de justiça são verdadeiros filhos do Reino. Com mansidão mostram misericórdia para com os seus inimigos; com sincera simplicidade contemplam a Deus; rodeados de perseguidores, abençoam, e não amaldiçoam. Com modéstia escondem as suas boas obras e com paciência aguardam a visível recompensa de Deus. Livremente renunciam aos seus bens terrenos, em vez de usar a violência para protegê-los. Eles acumulam os seus tesouros no céu. Evitam os elogios e esperam o dia da prestação final de contas para saber quem é maior no Reino do céu.


Se esta é uma visão bem precisa das coisas, que podemos dizer quando cristãos disputam entre si lugar e posição? Que podemos responder quando os vemos famintamente procurando homenagens e louvor? Como podemos desculpar a paixão por publicidade, tão claramente evidente entre os líderes cristãos? Que dizer da ambição política nos círculos cristãos? E das febris mãos estendidas para mais e maiores "oferendas de amor"? Que dizer do desavergonhado egoísmo entre os cristãos? Como explicar o grosseiro culto do homem que habitualmente infla um ou outro líder popular dando-lhe somas endinheiradas, beijo dado por aqueles que se propõe como fiéis pregadores do Evangelho?


Há só uma resposta a essas perguntas, é simplesmente que nessas manifestações vemos o mundo, e nada senão o mundo. Nenhuma apaixonada declaração de "amor" às "almas" pode transformar o mal em bem. Estes são os mesmos pecados que crucificaram Jesus.


Também é verdade que as mais grosseiras manifestações da natureza humana decaída fazem parte do reino deste mundo. Diversões organizadas com ênfase em prazeres frívolos, os grandes impérios edificados em hábitos viciosos e inaturais, o irrestrito abuso dos apetites normais, o mundo artificial denominado "alta sociedade" - todas estas coisas são do mundo. Todas fazem parte daquilo de que a carne consiste, daquilo que se edifica sobre a carne e que há de perecer com a carne. E dessas coisas o cristão deve fugir. Todas essas coisas ele tem que pôr para trás e nelas não deve tomar parte. Contra elas deve pôr-se serena, mas firmemente, sem transigência e sem temor.


Portanto, que o mundo se apresente em seus aspectos mais feios, quer em suas formas mais sutis e refinadas, devemos reconhecê-lo pelo que ele é, e repudiá-lo categoricamente. Precisamos fazer isso, se é que desejamos andar com Deus em nossa geração como Enoque o fez na sua. Um rompimento puro e simples com o mundo é imperativo. "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). "Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo" (I João 2:15,16). Estas palavras de Deus não estão diante de nós para nossa consideração; estão aí para nossa obediência, e não temos direito de nos entitularmos cristãos se não as seguimos.


Quanto a mim, temo qualquer tipo de movimento religioso entre s cristãos que não leve ao arrependimento, resultando numa aguda separação do crente e o mundo. Suspeito de todo e qualquer esforço de avivamento organizado, que seja forçado a reduzir os duros termos do Reino. Não importa quão atraente pareça o movimento, se não se baseia na retidão e não é cuidado com humildade, não é de Deus. Se explora a carne, é uma fraude religiosa e não deve receber apoio de nenhum cristão temente a Deus. Só é de Deus aquele que horna o Espírito e prospera às expensas do ego humano. "Como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor".


A. W. Tozer
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