segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Meu nome é ...?




Dizer que os nomes na sociedade atual não possuem muito valor, não seria muita novidade! Observem: - No banco, somos correntistas, no processo eleitoral somos eleitores, na igreja, somos irmãos, na rua somos você, na sala de aula somos alunos ... E a carência é tão grande por ser chamado pelo nome, que as vezes chamamos alguém pelo nome e a pessoa se surpreende dizendo: - Não sabia que você conhecia meu nome!


O problema principal disso tudo é que estamos sendo reduzidos a números, quando falamos na igreja irmãos; não que seja uma expressão errada, mas irmão pode ser qualquer um dentro da igreja, surge uma leve impressão que Ignoramos a identidade das pessoas e reduzimos todas a números da maneira mais fria possível. 


Quase todos sabem que tudo o que possuímos nessa vida é ilusório. Aquilo que aparentemente é nosso ficará aqui, mesmo depois que partirmos, pois dessa vida nada se leva. Porém, algo continuará sendo meu por longos anos em minha lápide - o meu nome. Dentre as muitas qualidades, traços e trejeitos que nos diferem, o nome é com certeza algo especial. Não me orgulho da semelhança dele aos atores de novela mexicana, mas sem dúvida me sinto querido quando me tratam por ele.


Em todos os lugares públicos ou mesmo privados tentam me adular chamando-me de "senhor", "vossa senhoria", "caro cliente"... chamam-me até de "pastor". Mas nenhum desses pronomes é mais pessoal ou amigável do que meu próprio nome. "Robson", "Ro" ou "Robinhoooo" são abreviações que me trazem pra perto, me fazem sentir-se em casa. No mínimo, despertam minha atenção.

Alguns dias atrás aqui no hospital onde trabalho, foi chamado no som um numero! No qual diziam: - 3835 favor comunicar-se com o setor de RH. Quando ouvi isso no som fiquei surpreso, pois o funcionário estava sendo chamado pelo numero de seu registro, poderia ser qualquer um. Depois de alguns minutos repetiram no som novamente: - 3835 favor comunicar-se urgente. Ouvi no som pela segunda vez, e fiquei imaginando um armário cheio de pastas numeradas de funcionários que já foram embora e outros que ainda trabalhavam na empresa sendo representados por um número apenas. Será que um número, pode contar a historia de vida do funcionário? falar de onde ele veio? quem ele foi? como trabalhou? qual era a  sua motivação? .... Será? 



O pior de tudo, foi que ao levantar meu crachá percebi que o numero 3835 era eu... Era meu número! Não sei explicar direito, mas naquele momento me senti na prisão como o preso que é representado por um número, no qual a sua historia ou seu nome pouco importa, ou um laboratório, pra falar a verdade não sei... Mas tenho certeza de uma coisa um número nunca poderá descrever quem de fato é uma pessoa, isso lhe rouba sua identidade.


É triste quando não temos nome, não somos indivíduos. Sou mais um trabalhador, ou o tal 3835. Dá uma impressão de perda daquilo que considero o único atrativo de valor: minha individualidade. Não quero ser um número ou uma pasta em um arquivo que tem meia duzia de documentos. Ele não ama, não sente, não perdoa, nem se machuca. Quero ser simplesmente o Robson. Não o "Sr. Robson". Também não quero ser "o 3835". Quero ser eu mesmo. Meu numero de registro pouco importa.

Enfim, se você ver minha identidade por aí, diga-lhe que estou com saudades daquele tempo que brindávamos ao som do "Bom dia, Robson!". Diga-lhe que na frente do meu crachá está o meu nome, sem vergonha, mas com muito orgulho. Diga-lhe também que Susan Boyle mostrou-me esses dias que não preciso ter vergonha do lugar onde moro, das roupas que uso ou do meu cabelo, mas que posso fazer com simplicidade que meu nome seja sempre lembrado, não por aquilo que tenho, mas por aquilo que sou.


Na paz sem mascaras ... Assim como sou!

7 comentários:

  1. Muito bom Robson! Sabe que é verdade? Excelente texto... que sejamos os iniciadores do movimento "Chamarei-te pelo Nome"! rsrs

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  2. Paz mano, uma grande verdade que possamos ser agentes de transformação neste mundo tenebroso!

    METANÓIA e reforma já!

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  3. Robson Tem toda a razão, mas também na sua fidelidade tem um nome que só você conhecerá.
    Paz amigo.

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  4. Paz Robson, deixo aqui o registro de quanto a tua oração foi e tem sido importante a favor da minha família .Breve estarei contando o testemunho

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  5. Isso é retrato de um mundo onde as pessoas não possuem mas identidade, vivem em buscam de agradar o seu eu a qualquer custo, não importando mas as coisas de valor, mudaram-se os valores das coisas, das pessoas, da moralidade, as pessoas estão descartáveis infelizmente.

    visite e comente também: http://palavrabencoadora.blogspot.com.br/2012/10/palavra-de-deustambem-envolve.html#comment-form

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  6. A Paz de Cristo amado, lhe indiquei ao premio dardos da uma olhada ai.

    http://palavrabencoadora.blogspot.com.br/2012/10/premio-dardos.html

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  7. Quando olho essa figura dessa pessoa sem rosto senti até mal estar.Mas vivemos numa sociedade que cada vez mais somos identificados por números ( como está escrito no texto acima), ou seja ;quem você é já não importa mais, o seu nome, está desaparecendo num mundo de dados.Isso significa não ter identidade própria, desaparecer no meio de uma grande massa.E quanto mais um povo não tem identidade própria significa que o mesmo será alvo fácil nas mãos de uma mídia idiotizadora, seremos como bonecos, marionetes fáceis de se manipular nas mãos de qualquer meio de comunicação de massa, pois a maioria existe para direcionar a vida das pessoas que estão abertas a todo tipo de ensinamento.Na minha escola, a professora de inglês decora a escola toda dia 31 de outubro com figuras e outras coisas mais que representa o halloween (nem sei se tá escrito certo),tira fotografias e etc. Eu já não concordo com isso, decora tudo com bruxas, aranhas, abóboras, ratos, morcegos, etc, só porque representa uma festa dos Estados Unidos, e nós copiamos e com certeza nem mesmo a professora tem conhecimento do que realmente é esse ritual americano.Nós brasileiros gostamos muito de imitar todo mundo , principalmente americano:um exemplo: todo mundo fumava a vontade, depois que os Estados Unidos descobriram que fumar fazia mal a saúde, nós começamos a descobrir também, coisa que na verdade já sabiamos. Depois veio a obesidade, esperamos eles darem o grito do problema do país, para os brasileiros tomarem um início de atitude.Há poucos dias ouvi algo sobre o mal que o refrigerante faz á saúde,será o próximo a ser deletado.Somos brasileiros e devemos saber que temos muito valor, e somos cristãos,então temos que defender a nossa identidade, que Deus nos criou únicos, cada um tem um grande valor, porém as pessoas se perdem quando nunca descobrem isso ou porque se colocam apenas como pessoas que apenas agradam, bajulam, enganam a troco de uma posição, um cargo, ou pior ainda mentem, caluniam e ninguém nunca saberá quem de fato é essa pessoa que jamais se mostra.Identidade não é individualismo, é você ter coragem de ser voce, de falar suas idéias, mesmo que elas não sejam tão maravilhosas, mas tem muito valor sim que são suas, originais,ser sincero, verdadeiro, e saber que somos cristãos, temos idéias cristãs, vivemos como cristãos e que somos brasileiros e que nosso país tem muita coisa boa e que podemos muito bem amar as pessoas e tentarmos ser feliz sem estragar o nosso caráter.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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