segunda-feira, 2 de julho de 2012

Imagina se Deus lhe desse, aquilo que você merecia?





"Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?" (Mt. 19.27)


Para quem vive numa sociedade capitalista, justificar um investimento é a coisa mais comum do mundo. Aqueles que trabalham na área comercial sabem que ressaltar os benefícios de bens e serviços é primordial em qualquer proposta de negócios.


Embora o evangelho não precise de justificativas para existir, muitos cristãos ainda tentam defender a sua causa por meio do anúncio de suas "vantagens":

"Ah... nesse fim-de-semana mais de 100 pessoas foram curadas em minha igreja. E na sua?" - "Ah... na minha, fizemos a campanha das causas impossíveis e profetizamos que mais de 100 saíram com a carteira assinada" - "Já na minha, o pastor profetizou a bênção do 'Cem Vezes Mais' e tenho fé que também receberei!"

Infelizmente, a matemática do evangelho capitalista de 100 vezes mais tem sido pauta de muitas reuniões cristãs. As vantagens são evidentes, afinal, quem não quer uma fé que recompense com tamanha rentabilidade? É sempre bom lembrar que o que Jesus disse foi que receberíamos cem vezes tanto em relacionamentos nessa nova comunidade chamada Reino e, pasme, que tudo isso também viria acompanhado de perseguições (Mc.10.29,30).


Aliás, esse toma-lá-dá-cá em algumas igrejas é tão explícito que a liderança convida aqueles "humildes servos" que desejam ofertar altas quantias a irem à frente receber uma oração especial (seja lá o que isso for). A cena é patética: os vitoriosos, de frente para a igreja, de cabeça baixa, mãozinhas sobrepostas e aquele ar de piedade como quem diz: "Fazer o quê, eu sou bondoso, né!?" (rs). Só falta um violino com uma triste melodia.

"Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa." - Mateus 6.2

Mas a pergunta que dá título à essa mensagem veio do próprio Apóstolo Pedro: "Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?" (Mt. 19.27). E embora Jesus já tenha respondido a questão, muitos cristãos ainda tentam ajudá-lo, complementando aquilo que Ele teoricamente "esqueceu":"Venha para Jesus e fique livre de todos os seus problemas", "Aceite Jesus e seja curado de todas as suas enfermidades", "Só Jesus pode lhe fazer prosperar!". 


Veja, a Bíblia já nos deu garantia de que nossa obra tem recompensa (II Cr. 15.7). Os galardões foram garantidos pelo próprio Mestre (Lc. 6.23). Paulo, porém, nos dá um ideia da verdadeira motivação dos galardões quando diz: "...não corro como quem corre sem alvo." (I Co. 9.26). Creio que galardão ou qualquer tipo de recompensa seja apenas um lampejo do porvir. Uma brisa de esperança que sopra da Cidade Celestial. Uma luz no fim do túnel para lembrar-nos que estamos no caminho certo. Esse prêmio, porém, nunca será nosso alvo. O alvo é Cristo!


Que em nome de Jesus possamos servi-Lo com alegria de coração sem nos importarmos com recompensas ou vantagens. Que deixemos de anunciar um evangelho de investimentos, implorando aos perdidos que o aceitem. Afinal, o próprio Senhor virou para uma multidão que o seguia e disse: "Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la?"(Lc. 14.28). É como se Ele dissesse: "Tem certeza que quer me seguir?"


E lembre-se: se Deus nos desse o que merecíamos, estaríamos perdidos!

7 comentários:

  1. Boa postagem mano da pedalada!
    "Se Deus nos desse o que mereciamos", ai, ai, ai!

    God bless you ever!

    Microscopicamente (João 3.30),

    Walter Filho
    http://blogdowaltim.blogspot.com

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  2. Recompensa maior é a eternidade com Deus, que não teremos senão pela infinita misericórdia do Pai.
    Deus te abençoe e continue te dando força para continuar escrevendo!
    Graça e Paz!!!!

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  3. será a maior alegria para todos no dia em que Jesus vier nos buscar para ficar com ELE no paraíso com ELE, não há outra coisa melhor do que ficar com Jesus andando lado a lado com Jesus.

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  4. Nós precisamos e devemos amar uns aos outros sermos cordiais sempre sem distinção de raça, cor, classe social, e esse amor deve se estender por todas as pessoas, nção amar uns mais do que o outro escolhendo o tipo das pessoas para demostrarmos o nosso amor. Somos filhos do mesmo pai e esse nosso pai não faz distinção de seus filhos.

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  5. Agradeço a Deus pela sua misericórdia todos os dias.
    E por essa ferramenta que tem nos edificado tanto.
    Deus te abençoe.

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  6. Irmão robson, parabéns pelo blog, a maior sedução, maior fraqueza na vida do ser humano, em todos os tempos tem sido o amor ao dinheiro...Muitos se revelaram,têm se revelado, e se revelarão manipulados por uma coisa chamada dinheiro. O ser que se diz espiritual, por amor a essa coisa, esquece todo o ensinamento de Jesus, pega a palavra de Deus e transforma a seu bel prazer,de acordo com sua necessidade e vaidade...Deus permite que muitas máscaras caiam...a fraquesa é maior...E as pessoas que eram respeitadas há pouco tempo se revelam ridículas....Tudo é permissão de Deus.

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  7. Muito boa postagem porque é um alento ler uma verdade tão latente e pouco discernida. Postei por estes dias um artigo sobre o culto cristão que trata da essência da nossa apresentação diste de Deus, debaixo das diretrizes que Ele mesmo colocou para que possamos nos apresentar dignos http://pelapurezadoevangelho.blogspot.com.br/2012/07/essencia-do-culto-cristao.html. Àqueles que consideram a teologia Reformada démodé esquecem-se, por exemplo que em se tratando da vida de sacerdócio do crente está pautada na obra redentora de Cristo em nós e não nas coisas externas e inveções estéticas. A vida intima ou coletiva do crente como um culto está comprometida na adulação de si, logo, nem adianta o evangelicalismo combater os aduladores de esculturas, pois o centro do culto evangélico pós moderno é tanto igual quanto pior.

    Cordialmente,
    José Eduardo.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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