quinta-feira, 3 de junho de 2010

A cruz antiga e a nova !




Nos tempos modenos, totalmente sem aviso e despercebida, uma nova cruz surgiu nos círculos populares evangélicos. Parece-se com a antiga cruz, mas é diferente: as semelhanças são superficiais, as diferenças, fundamentais.
Dessa nova cruz brotou uma nova filosofia da vida cristã, e dessa nova filosofia proveio uma nova técnica evangélica – um novo tipo de reunião e uma nova espécie de pregação. Essa nova evangelização emprega a mesma linguagem da língua antiga, mas seu conteúdo não é o mesmo , a sua ênfase não é como antes.
A cruz antiga não fazia barganhas com o mundo. Para a orgulhosa carne de Adão, ela representava o fim da jornada. Punha em execução a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana: ao contrário, é uma companheira amigável e, se entendida da forma correta, é fonte de oceanos de diversão boa e limpa e de prazer inocente. Ela deixa Adão viver sem interferência. A motivação de sua vida não sofre mudança; seu prazer continua a ser a razão de seu viver, só que agora ele se deleita em cantar coros e em ver filmes religiosos, em vez de cantar canções obscenas e de beber bebidas alcoólicas fortes. A tônica ainda está no prazer, embora, agora, a diversão esteja em um plano moral superior, se não intelectual.

A nova cruz estimula uma abordagem evangélica nova e inteiramente diversa. O evangelista não exige renúncia da velha vida para que se possa receber a nova. Ele não prega contrastes, prega similaridades. Procura caminhos para interessar o público, ao mostrar que o cristianismo não faz exigências desagradáveis; ao contrário, oferece a mesma coisa que o mundo oferece, só que de forma mais elevada.
Seja o que for que o mundo enlouquecido pelo pecado reclame para si no momento, com inteligência se demonstra que o evangelho oferece exatamente isso, só que o produto religioso é melhor.

A nova cruz não destrói o pecador; redireciona-o. Aparelham-o para o modo de viver mais limpo e mais belo e poupa seu respeito pessoal.Àquele que é assertivo, ela diz; “Venha e e afirme-se por Cristo”.Ao egoísta, declara:” Venha e exalte-se no Senhor”. Ao que procura emoção viva, afirma: “ Venha e goze a vibrante emoção do companheirismo cristão”. A mensagem cristã sofre distorção na direção da moda em voga, para que se torne aceitável ao público.

A filosofia que está por trás desse tipo de coisa pode ser sincera, mas sua sinceridade não a torna menos falsa. É falsa por ser cega.Falta-lhe, por completo, todo o sentido da cruz.

A antiga cruz é um símbolo da morte. Ela representa o abrupto e violento fim do ser humano. Na época dos romanos, o homem que tomava sua cruz e se punha a caminho já tinha dito adeus aos amigos. Não voltaria. Partia para o término de tudo. A cruz não fazia acordo, não modificava nada, e nada poupava; eliminava o homem, completamente e para sempre. Não procurava manter boas relações com sua vítima. Feria de forma rude e brutal, e quando terminava seu trabalho, o homem já não existia.

A raça de Adão está sob sentença de morte. Não há comutação nem fuga. Deus não pode aprovar nenhum fruto do pecado, por mais inocente ou belo que ele pareça aos olhos dos homens. Deus salva o indivíduo aniquilando-o e , depois, ressuscitando-o para uma vida nova.

A evangelização que traça paralelos amistosos entre os caminhos de Deus e os dos homens é, no que diz respeito à Bíblia, falsa e cruel para as almas dos seus ouvintes. A fé cristã não é paralela ao mundo;secciona-o. Quando virmos a Cristo, não elevamos nossa velha vida a um plano mais alto; deixamo-la aos pés da cruz. O grão de trigo tem de cair no solo e morrer.

Será que nós, os herdeiros desse legado de poder, ousaremos adulterar a verdade? Ousaremos apagar com nossos lápis grosseiros as linhas impressas ou alterar o modelo que nos foi mostrado no monte? Não permita Deus que façamos isso. Preguemos a velha cruz e conheceremos o antigo poder.

Extraido do livro:Homem, habitação de Deus  (A.W.Tozer)

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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